09/07/2018 as 10:00

Paralisia

Vacinação contra pólio ainda é baixa

A cobertura ideal é de 95%, mas o estado ficou com 74% em 2017.

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Vacinação contra pólio ainda é baixaFoto: Divulgação

A baixa cobertura de vacinação contra a poliomielite – conhecida como paralisia infantil - em Sergipe, chamou atenção do Ministério da Saúde que emitiu um alerta. A cobertura ideal é de 95%, mas o estado ficou com 74% em 2017. Em quatro municípios: Monte Alegre, Siriri, Simão Dias e Pinhão, a cobertura vacinal está abaixo de 50%, o que é muito preocupante.

Embora o Brasil esteja livre da paralisia infantil desde 1990 é fundamental a continuidade da vacinação para evitar a reintrodução do vírus da poliomielite no país. O Brasil está livre da poliomielite desde 1990. Em 1994, o país recebeu, da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), a Certificação de Área Livre de Circulação do Poliovírus Selvagem. Por isso é fundamental a manutenção das elevadas coberturas vacinais, acima de 95%.  De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde, três países ainda são considerados endêmicos (Paquistão, Nigéria e Afeganistão).

“Como o vírus existe em outros países, e há migração de pessoas de um país para outro, por conta das baixas coberturas vacinais, isso pode afetar quem não está vacinado, que são as nossas crianças. Quando a gente chega a 95% de cobertura existe uma proteção, mas tem crianças que ainda estão suscetíveis e estamos orientando os gestores municipais que organizem suas redes para garantir que a vacina chegue para todas as crianças”, disse Mércia Feitosa, coordenadora da Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado de Saúde (SES).

A criança começa a tomar a vacina a partir de dois meses de idade. São três doses: uma com dois meses; quatro meses e seis meses. Com um 1 anos e três meses faz o primeiro reforço; outro reforço ocorre com 2 anos até 5 anos. “Aquela criança acima de 2 anos, todo ano durante a campanha nacional ele vai tomar uma dose”.

Mércia Feitosa orienta que os pais ou responsáveis pelas crianças busquem saber a situação vacinal dos filhos indo até a unidade básica ou com o profissional que visita a residência. “A gente vem orientando os municípios que façam a busca ativa da criança que está com a vacina atrasada, não esperar a demanda da mãe que vá em busca. Outra estratégia é que diante da demanda espontânea, quando a mãe leva o filho para vacinar, não está dando certo, é necessário montar outra estratégia, por isso, como levar a vacina até a creche e até mesmo estender o horário dos postos”, pontua.

Aos municípios que não conseguiram chegar aos 50%, a SES reforçou as orientações para que os dados possam melhorar em 2018. Mércia explica que por conta da mudança do sistema que alimenta os dados, pode ter ocorrido erros de dados, mas em 2018 com as novas transmissões de informações, os dados serão esclarecidos.

“Se eu baixo a guarda, a doença pode acabar sendo reintroduzida. Não existe desabastecimento da vacina de poliomielite, ela está disponível a qualquer momento na unidade de saúde. Qualquer unidade que tenha uma sala de vacina vai ter a vacina disponível”, completou a coordenadora da Vigilância Epidemiológica.

A PÓLIO

A poliomielite ou “paralisia infantil” é uma doença infecto-contagiosa viral aguda, caracterizada por um quadro de paralisia flácida, de início súbito. O déficit motor instala-se subitamente e sua evolução, frequentemente, não ultrapassa três dias. Acomete em geral os membros inferiores, de forma assimétrica, tendo como principal característica a flacidez muscular, com sensibilidade conservada e arreflexia no segmento atingido.

A transmissão ocorre por contato direto pessoa a pessoa, pela via fecal-oral (mais frequentemente), por objetos, alimentos e água contaminados com fezes de doentes ou portadores, ou pela via oral-oral, através de gotículas de secreções da orofaringe (ao falar, tossir ou espirrar). A falta de saneamento, as más condições habitacionais e a higiene pessoal precária constituem fatores que favorecem a transmissão do poliovírus.

Grecy Andrade/Equipe JC