Família denuncia negligência médica após bebê falecer em hospital

Foto: Divulgação

O parto em emergência no Hospital  Regional Zé Franco, em Nossa Senhora do Socorro terminou em tragédia. Uma mulher não identificada, com seis meses de gestação perdeu o bebê que teria o nome de Levi Rafael, após uma parada cardiorrespiratória em apenas cinco minutos de vida. Para os familiares, a morte foi provocada por negligência médica.

O caso foi registrado véspera de natal, segunda-feira, 24 e denunciado na manhã desta segunda por meio de programa de rádio. O obstetra Luís Eduardo, responsável pelo parto, disse que os profissionais “fizeram tudo que foi necessário”, porém por ser um bebê prematuro o ideal era ter sido realizado em outra maternidade, Nossa Senhora de Lourdes.

Segundo ele, foi oferecido uma ambulância de suporte básico, que dispunha apenas de um aparelho de oxigênio para fazer a remoção da gestante antes do parto, mas não utilizaram devido à gravidade do caso. “Ela já estava com dilatação total e nesses casos não podemos fazer remoção, mesmo que tivesse uma ambulância de suporte avançando, sem contar na falta de um profissional neonatologista. Correríamos um sério risco de a criança morrer no transporte”, explicou.

A falta do profissional, de acordo com o obstetra implica no impedimento da remoção, mesmo com o aparato técnico. “A Secretaria de Estado da Saúde (SES) sabe que há mais de quatro meses não há no Zé Franco na escala da segunda-feira, por exemplo, um neonatologista. O problema é enfrentado por vários hospitais pelo estado, porque os profissionais se negam a trabalhar diante da disparidade salarial entre os que trabalham na capital e no interior”, pontuou.

O neonatologista é o profissional responsável por participar do parto e avaliar a saúde do bebê nos primeiros minutos de vida.

O Jornal da Cidade entrou em contato por meio do assessor de imprensa da SES, André Carvalho que apresentou o quadro enfrentado pelo local com profissionais da area.  “O grande problema em Nossa Senhora do Socorro é a interiolização, médicos atuam nas cidades do interior ganham mais do que os que trabalham em Socorro. Apesar de ser no interior [Nossa Senhora do Socorro] não tem esse benefício, então eles não se sentem atraído. A secretaria está discutindo para ver como irá resolver isto”, comentou.

Carvalho lembrou que a Secretaria está atrás de novos profissionais, por meio do Processo Seletivo Simplificado que tem prazo até o domingo, dia 30 e tem 85 vagas disponíveis. “A falta de neonatologista é um problema geral. Não temos o profissional e estamos buscando. Estamos com o PSS [Processo Seletivo Simplificado] para contratação de médicos, incluindo duas vagas para neonatologistas, além disso, há cadastro de reserva e estamos com inscrições abertas”. Concluiu.