04/01/2019 as 10:19

Caos

Crise na saúde municipal afeta Huse

Alguns pacientes do interior do estado, em busca de atendimento médico, precisaram dormir na porta da unidade para aguardar uma vaga.

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Crise na saúde municipal afeta Huse

Com a falta dos médicos nos hospitais da rede municipal de saúde em Aracaju, o Hospital de Urgência de Sergipe (Huse) começou a sentir os primeiros impactos durante a última madrugada e manhã desta quinta-feira, 3, com a unidade superlotada. Corredores com pacientes ao chão, outros em pé, com dor, aguardando por um atendimento que não tinha hora para acontecer.

Alguns pacientes do interior do estado, em busca de atendimento médico, precisaram dormir na porta da unidade para aguardar uma vaga. “O meu marido está com os pés inchados, com suspeita de trombose, nós estamos esperando aqui desde terça-feira. A situação dele pode se agravar, precisa fazer exames, mas, não tem previsão de quando vamos conseguir”, disse, entristecida, a jovem Carla Santana.

A radialista Magna Santana desabafou em um grupo de Whatsapp, onde participam profissionais da imprensa. Segundo ela, ao sair do hospital, o sentimento era de tristeza e extrema preocupação. “Me deparei com uma praça de guerra, com pessoas em macas e cadeiras amontoadas, acompanhantes em pé ou disputando uma cadeira de plástico para sentar. Todos espremidos dificultando a circulação no local”, dizia no texto.


Os médicos da rede municipal deixaram a escala após a mudança no valor da hora paga aos RPAs (Recibo de Pessoa Autônoma). Chegaram a solicitar reajuste à Secretaria Municipal da Saúde (SMS) para R$ 180, no entanto, a SMS disse que seria uma medida inviável.

Em entrevista à TV Atalaia, o secretário interino Carlos Noronha, garante que a secretaria está correndo contra o tempo para restabelecer as escalas e abrir os plantões. “Já temos médicos no credenciamento entregando seus documentos e buscando outros, mas não está sendo fácil e isso deve ocorrer progressivamente”, diz Noronha, ao apontar ser preciso garantir um grau de segurança para reabrir os plantões com, ao menos, três médicos em cada equipe.

“A secretaria reconhece que o problema está provocando a superlotação no Huse e está fazendo o possível para que os médicos voltem ao ambiente de trabalho. O diálogo está sendo mantido, para que a situação regularize. O secretário convocou todas as diretorias para conversar sobre o assunto e ver como articularemos uma forma de melhorar e diminuir a situação”, informou a assessoria de comunicação da SMS.