04/01/2019 as 10:26

Dívida

Hospital da Polícia Militar enfrenta crise desde 2013

Desde então, HPM só mantém funcionando atendimento ambulatorial.

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Hospital da Polícia Militar enfrenta crise desde 2013

Com uma dívida de cerca de R$ 900 mil, déficit de receita de mais de R$ 3 milhões, contratos vencidos e outros a vencer. Esta é a situação do Hospital da Polícia Militar (HPM) que tem encarado uma crise desde 2013 e, desde então, só tem mantido em funcionamento o atendimento ambulatorial.

“A falta de repasse está em torno de R$ 3,5 milhões, dívidas do Ipes e da Secretaria de Estado da Saúde. Vale ressaltar que a dívida está em R$ 900 mil porque foram rescindidos contratos importantes para o hospital como de manutenção de aparelhos da radiologia, senão a dívida seria maior ainda”, comenta o coronel Henrique Rocha, em conversa com o JORNAL DA CIDAE.

O coronel pontua ainda que na unidade de saúde, o internamento e centro cirúrgico já estão fechados há dois anos, e só funciona atualmente o ambulatório e a junta médica. Outro problema é que os leitos também estão sem ocupação porque o hospital está fechado por falta de repasse financeiro e de pessoal.

“O hospital sobrevive hoje com um repasse mensal de R$ 20 mil. Não dá para imaginar um hospital que cuida de mais de cinco mil militares (PM/BM) na ativa e aproximadamente a mesma quantidade de policiais da reserva e pensionistas, manter-se com este repasse. Se as dívidas com o HPM fossem quitadas, convênios fossem firmados com o Ipes, honrados e repassados os recursos financeiros, e fosse contratado pessoal, poderíamos desafogar outros hospitais da rede pública”, acredita.

Ainda segundo Rocha, outra forma de amenizar a situação é repassar recursos do Fundo Estadual de Segurança Pública (Funesp), para a manutenção do HPM. “Vale lembrar que há pouco mais de 10 anos o HPM recebia em torno de R$ 400 mil mensais para sua manutenção. Os PMs e BMs contribuem para o Ipes, todavia estes recursos não são repassados para o HPM. Há mais de 20 anos não se faz concurso para funcionários civis, médicos e enfermeiros. Os poucos que tinham foram se aposentando ou pedindo demissão”, coloca.

Coronel Rocha acrescenta: “A decisão é de governo. Num estado onde a saúde pública é um caos, deixar falir um hospital é assumir a plena incompetência da gestão”.

Para falar sobre o assunto, o JC entrou em contato com assessoria de Comunicação da PM, no entanto, os telefones estavam desligados, ou ninguém atendia. Ligamos também para o telefone fixo da sede da Assessoria, no entanto, a informação passada é que o assunto deveria ser tratado diretamente com a diretoria administrativa do HPM, mas o responsável só poderia atender a reportagem no período da manhã.