05/12/2019 as 16:36

TECNOLOGIA

Fiocruz lança APP para controle no tratamento da Tuberculose

Recurso vai ajudar pacientes do SUS

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As pessoas com tuberculose poderão contar no próximo ano com um aliado tecnológico para ajudar nos cuidados da doença. No hackathon promovido pela Fiocruz, o vencedor do desafio foi um aplicativo para celular, desenvolvido pela equipe da Radix, que permite ao paciente registrar diariamente o andamento do tratamento, de forma que o médico possa acompanhar a evolução do quadro.

Apesar de a doença ter cura, o abandono do tratamento é o principal motivo para a tuberculose ainda continuar fazendo vítimas fatais. O tratamento prolongado, as doses diárias de medicação e os efeitos colaterais são algumas razões para isso.

“O nosso principal desafio era buscar uma forma de incentivar essas pessoas a permanecerem no tratamento, que leva de 6 a 18 meses. Como há uma melhora em pouco tempo, o paciente acha que já está curado e abandona o tratamento”, explica Kaio de Souza, da equipe de Upstream Operations da Radix, integrante do grupo vencedor ao lado de Suellen Lima Santos e Yuri Oliveira, também da Radix, e ainda da engenheira Beatriz Maselli.

No aplicativo “Tuberc”, o usuário terá a possibilidade de registrar diariamente como está se sentindo, comentando possíveis efeitos colaterais, e também as medicações tomadas. O aplicativo também permite a participação do usuário em uma rede de ajuda, em que a pessoa terá acesso a um fórum de dúvidas e assuntos gerais (alimentado pelos próprios usuários), um jogo de "mitos ou verdades", uma área de notícias e informações e, por último, um calendário de eventos.

A aplicação será integrada com outros sistemas do SUS para login com o número da carteira nacional, agendamento de consultas e exibição da carteira de saúde virtual, bem como o acompanhamento do tratamento à distância pelo médico. Também está previsto um sistema de apadrinhamento, em que outra pessoa que já passou pelo tratamento receberia avisos, caso o usuário parasse de tomar o remédio.

A partir de janeiro, a equipe da Radix terá seis meses para desenvolver o aplicativo, previsto para ser utilizado pelo SUS. Para isso, vai contar com apoio financeiro da FioCruz e um laboratório-móvel, que servirá como incubadora de ideias.

 

|Foto: Eduardo Gomes - ILMD/Fiocruz Amazônia