Prefeitura vai disponibilizar novo local para acolher moradores de rua

No dia 11 de março a Organização Mundial da Saúde declarou a pandemia do novo coronavírus, Covid-19. A doença se espalhou pelo mundo inteiro, e a situação já havia saído do controle em vários países. No sábado do dia 14, três dias após o anúncio de pandemia, Sergipe teve o primeiro caso confirmado. No momento, o estado conta com 15 casos de coronavírus. No Brasil já são 1.967 infectados, e 34 mortes foram registradas.

As cidades começaram a ficar vazias. A ordem era de isolamento. Os estados decretaram o fechamento dos serviços não essenciais, e até escolas tiveram as aulas suspensas. Uma campanha iniciou nas redes sociais com a hashtag “fique em casa”, e as pessoas estão tentando cumpri ao máximo a determinação, saindo apenas quando necessário. Exceto aqueles que não tem nem casa para ficar.

A população em situação de rua sempre está vulnerável, principalmente num momento como esse, de pandemia. O que fazer para ajudar quem não tem como cumprir o isolamento e nem mesmo tomar as medidas necessárias para evitar a transmissão? Se está faltando álcool gel nas farmácias para quem pode comprar, como os moradores de rua se protegerão?

De acordo com a Secretaria Municipal de Assistência Social, na capital sergipana vivem cerca de 250 pessoas em situação de rua. Eles são acompanhados pelas equipes de abordagem social da Secretaria, conforme informou o coordenador de Proteção Social Especial, Jonathan Rabelo.

Segundo ele, esse é um momento novo para todo mundo e, pensando nessa população vulnerável, a pasta está construindo estratégias de acolhimento, onde uma delas será a disponibilidade de um novo local, para que os sem-teto possam se abrigar.

“Estamos trabalhando para que a gente consiga um local, ou mais de um local, para colocar todos os moradores de rua que desejarem ir para o acolhimento. Infelizmente, muitos se recusam. Estamos numa força tarefa para ainda nesta próxima semana tenhamos o local preparado para receber as pessoas”, afirma Jonathan.

Aracaju já conta com algumas casas de acolhimento e centros de referência especializados para população em situação de rua. Um deles é o Centro Pop, que recebe essas pessoas, oferece alimentação, atividades, higienização etc. Nesse momento de pandemia, Jonathan conta que a Secretaria decidiu fazer um rodízio dos usuários, e agora eles terão acesso ao Centro Pop por turno.

“Estipulamos turnos, onde vamos receber os usuários de 20 em 20. Todos que procuram o Centro Pop estão sendo atendidos.  Lá eles têm acesso a alimentação como café da manhã, ticket de alimentação para almoço no Restaurante Padre Pedro, tem acesso a banho, lavagem de roupa e tem acesso a grupos e atividades externas.  Houve uma demanda emergencial desse usuário”, disse o coordenador.

O serviço de abordagem social continua na capital, para dar as orientações necessárias a todos. Além disso, a Secretaria aponta estar buscando a garantia de insumos para os moradores de rua, como álcool gel, sabonetes para lavar às mãos, etc. A unidade de Atendimento Acolher está com 40 vagas para preenchimento. Além do Centro de Apoio ao Imigrante, do Governo do Estado, que preencheu 60 vagas com moradores de rua.

“Sabemos que tem um quantitativo maior, por isso estamos buscando um local maior para poder ofertar a vaga. É uma força tarefa do município”, conclui o coordenador.

O Governo do Estado de Sergipe também conta com alguns centros de acolhimento e casas abrigo. A equipe do JORNAL DA CIDADE aguarda o posicionamento da Secretaria de Estado da Inclusão e Assistência Social para saber quais ações especiais estão sendo adotadas nesse momento delicado de pandemia.

|Da Redação do JC Online 

||Fotos: André Moreira