24/06/2020 as 09:49

PANDEMIA

Hospitais têm 72h para informar quantitativo de leitos de UTI

De acordo com o documento encaminhado, eles têm um prazo máximo de 72 horas para passar as informações, contados a partir da noite da última segunda-feira, 22

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Tem sido cada vez mais difícil para usuários de planos de saúde diagnosticados ou com suspeita de ter contraído a Covid-19 encontrar um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) nos mais diversos hospitais particulares de Sergipe. Para se ter ideia da situação, a equipe de reportagem do JORNAL DA CIDADE recebeu a denúncia de que pacientes que chegaram a hospitais da rede privada da capital, na última segunda-feira, 22, foram transferidos para Unidades de Pronto Atendimento (UPA’s) e obrigados a entrar na fila da regulação. Mesmo sem a devida comprovação da denúncia, buscando garantir a assistência na rede privada de usuários de planos de saúde, a Promotoria de Defesa do Consumidor do Ministério Público de Sergipe (MP/SE), através da promotora Euza Missano, oficiou hospitais particulares e planos de saúde para dirimirem dúvidas quanto ao quantitativo de leitos de UTI.

De acordo com o documento encaminhado, eles têm um prazo máximo de 72 horas para passar as informações, contados a partir da noite da última segunda-feira, 22. “Oficiei todos os hospitais privados para que no prazo de 72 horas informem o quantitativo real de leitos dentro de um dimensionamento, porque toda hora vai aumentando. Então como é isso, vai aumentando tirado de onde? Oficiei também as operadoras para que informem se tem existido alguma possibilidade de desassistência, para que as operadoras também possam participar nesse sentido, porque estão acolhendo e vai colocar seus cooperados onde? Queremos saber se o paciente da rede privada está sendo encaminhado para a rede SUS”, explica a promotora.

Ela vai além e aponta para uma superlotação do sistema de saúde privado: “A investigação do Ministério Público é para que a gente possa garantir a assistência do paciente privado, no caso a Promotoria do Consumidor. Foi instaurado um procedimento pelo número dos boletins que estão sendo apresentados, onde os hospitais privados já estão com 100% das suas UTIs lotadas, ainda, inclusive, ultrapassando o plano de contingência.

Oficiamos as operadoras para informar qual o ajuste que vem sendo feito com os hospitais no sentido de expandir o número de leitos para a assistência da sua massa de assegurados”, alerta Euza. No Boletim Covid-19, divulgado na segunda-feira, 22, pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), a tabela de ocupação de leitos de UTI dos hospitais privados dava conta de que 118,7% estavam ocupados, ou seja, eles estariam operando, inclusive, além da capacidade. Essa tem sido a realidade diária dentro das unidades particulares.