06/07/2020 as 08:25

PANDEMIA

Covid-19 já matou 16 crianças em Sergipe

O diretor em Saúde chama a atenção para a necessidade de um isolamento ainda mais extremo para mulheres grávidas e puérperas

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É fato que a pandemia da Covid-19 instalada no mundo desde o fim do mês de fevereiro deste ano já ceifou milhares de vidas. Em Sergipe, esse quantitativo não para de crescer. Para se ter ideia da situação, do dia 2 abril, data da primeira morte no Estado, até o dia 2 de julho, já são mais de 700 óbitos em decorrência da doença. Destes, 16 acometeram crianças de até 14 anos de idade. Além disso, de acordo com o último boletim epidemiológico fornecido pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), na noite da última quinta-feira, 2, o número de infectados nessa faixa etária já era de 924 casos.

De acordo com o infectologista Marco Aurélio Góes, diretor da Vigilância em Saúde da SES, o número contrapõe a informação difundida através da imprensa de que a letalidade da doença era maior em idosos e pessoas portadoras de doenças crônicas. “Realmente esse é um fato que a gente tem observado na pandemia aqui no país, que – diferente do que se falava em outras áreas no mundo de que ela não acometia crianças ou era muito pouco grave nos mais jovens –, aqui a gente tem visto que os extremos de idade, aquelas crianças com menos de um ano e os idosos, principalmente aqueles com mais de 80 anos, são as pessoas que têm uma maior letalidade, uma maior chance de evoluírem para o óbito se tiverem a doença”, explica o infectologista. Dentro dessas 16 mortes envolvendo crianças, um detalhe chama atenção e acende o sinal de alerta das autoridades em Saúde. Dez desses óbitos envolveram crianças recém- -nascidas.

O diretor em Saúde chama a atenção para a necessidade de um isolamento ainda mais extremo para mulheres grávidas e puérperas. “Nesse grupo menor de um ano a gente tem muito recém-nascido de mãe positiva que chega à maternidade com a doença. Por isso que é muito importante que a gestante e a puérpera, mulher que pariu recentemente, mantenha-se num distanciamento social extremo para que ela não tenha a infecção perto do parto, que pode antecipar o seu trabalho de parto, causar um parto prematuro, além de causar o adoecimento do recém-nascido. A gestante passa a ser uma categoria especial nessas infecções pela Covid, porque pode trazer essas repercussões para ela, mas principalmente para o recém-nascido quando ele nasce infectado”, avalia o gestor. Outro agravante é a velocidade com que esses casos têm crescido. No dia 26 de maio eram 219 crianças contaminadas. Em menos de 40 dias esse montante mais do que quadruplicou, chegando a 924 crianças infectadas pela Covid-19.