21/08/2020 as 08:23

PANDEMIA

70,2% dos óbitos por Covid-19 se concentram em pessoas idosas

Apesar de queda nos casos, Secretaria de Saúde alerta para uma nova fase da doença

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70,2% dos óbitos por Covid-19 se concentram em pessoas idosasIlustração/SES

Desde o início da pandemia de Covid-19 no Brasil, especialistas alertam as pessoas consideradas como grupo de risco à doença, neste caso idosos, gestantes e portadores de doenças crônicas.

Para se ter ideia da situação em Sergipe, 70,2% das mortes registradas até o momento, acometeram pessoas acima dos 60 anos. Foram 377 óbitos (21,6%) de pessoas na faixa etária entre 60 e 69 anos; 430 mortes (24,7%) de pessoas entre 70 e 79 anos; e 417 baixas (23,9%) de pessoas acima dos 80 anos.

Atualmente, o Estado contabiliza quase 70 mil casos confirmados e quase 1.800 mortes. Ao todo, o Laboratório Central de Saúde Pública de Sergipe (Lacen/SE) já analisou quase 127 mil amostras, descartando quase 58 mil.

A capital Aracaju concentra o maior número de infectados. Ao todo, são mais de 32 mil pessoas positivas para a Covid-19 e quase 700 mortes. O Município de Itabaiana está na segunda colocação em infectados, com mais de quatro mil pessoas que testaram positivo para a doença. Apesar disso, o segundo colocado em mortes é o Município de Nossa Senhora do Socorro, que acumula mais de 150 óbitos.

Em relação aos números referentes ao isolamento social em Aracaju, as estatísticas apontam para uma queda, ou seja, mais pessoas descumprem a recomendação de isolamento. Falando em bairros, o Olaria possui o menor índice de taxa de isolamento (32,30%), seguido pelo Japãozinho (32,90%), Cidade Nova (33%), Lamarão (30%), Aeroporto (34%) e Jabotiana (34,10%).

Apesar dos dados, o Comitê Científico da Universidade Federal de Sergipe (UFS) informou na última segunda-feira, 17, um decréscimo na curva de infectados em Sergipe. Para o diretor da Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Marco Aurélio Góes, trata-se de uma nova fase que requer novas estratégias.

“Essa é uma nova fase de enfrentamento da doença. A gente sai de um período de alta transmissão, mas para um período que ainda existe transmissão, ainda existem casos internados, ainda existem óbitos. A gente precisa mudar a estratégia de vigilância desses casos. A gente precisa garantir uma boa assistência para os casos, manter leitos específicos para esses pacientes, mas a gente precisa agora aumentar a oferta de exames”, explica o infectologista.

Ele afirma ainda que a SES ampliou esses testes e que a atenção deve ser voltada para essa reabertura dos serviços, uma vez que em muitos lugares, a curva de infectados aumentou com uma decisão como essa.

“A Secretaria ampliou a distribuição dos exames RTPCRs, que é o exame do swab, para que os municípios possam fazer a coleta para todos aqueles casos suspeitos e para os seus contatos também, para que a gente possa monitorar essa fase que também é de abertura dos serviços. Essa abertura tem sido associada em muitos lugares com o retorno no aumento de casos ou com o alcance de outras populações que ainda não tenham sido afetadas”, pontua Marco Aurélio.

Ele vai além: “Estamos nessa fase de queda, mas temos um cenário novo que é uma maior circulação das pessoas. Com isso, a gente pode ter, de fato, o retorno de algumas ondas como tem sido em outros locais. Mais do que nunca, a gente precisa entender que é uma doença que se transmite pessoa a pessoa, e quanto mais gente na rua, maior o risco de contaminação. Mesmo estando em número descendente e, justamente, por estar em uma curva descendente, a gente precisa intensificar mais as medidas de controle”, alerta o gestor.

Por último, ele enfatiza a necessidade de cuidados e a utilização de itens de segurança como forma de estancar o avanço da Covid-19 no Estado.

“A gente está voltando a uma vida normal, uma vida de convivência social um pouco mais intensa, então é fundamental que se cumpram as normas sanitárias. Que o uso de máscaras em lugares públicos seja universal, que aconteça a correta higienização das mãos e que, principalmente, aquelas populações mais vulneráveis, as pessoas idosas, as pessoas que têm doenças crônicas, evitem estar nesses locais de maior aglomeração, principalmente aquelas que se resguardaram durante a pandemia”, finaliza Marco Aurélio Góes.

|Por Diego Rios/Da equipe JC

||Foto: Ilustração/SES