02/09/2020 as 08:46

SAÚDE

Ocupação de UTIs permanece abaixo de 50%

Secretaria de Estado da Saúde chama atenção sobre a necessidade de que esses leitos não fiquem ociosos

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Desde o dia 23 de agosto, um dado tem servido de esperança para a população sergipana. Há dez dias, a ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) nos hospitais públicos para pacientes infectados pela Covid-19 permanece abaixo dos 50%. Aliás, os números estão em queda desde o início do mês de agosto. Vale ressaltar que o Estado chegou a ter 84% dos seus leitos de UTI ocupados no dia 19 de julho, atingindo o ápice de pacientes hospitalizados. Quando o assunto diz respeito aos hospitais da rede privada, os leitos de UTI também acompanham esta queda e de uma forma ainda mais acentuada.

                                     

No último Boletim Epidemiológico divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), na noite da última segunda-feira, 31 de agosto, apenas 37,6% dos leitos de UTI privados estavam ocupados, enquanto a rede pública fechou com 46,9% de ocupação. Para o diretor da Vigilância em Saúde da SES, o infectologista Marco Aurélio Góes, essa realidade é vista com otimismo, mas também com muita cautela e acompanhamento diário. “Nesse momento é importante que a gente entenda que passamos do pico da onda e temos tido a cada dia, menos casos confirmados e menos óbitos também. Além disso, tem caído a taxa de ocupação hospitalar. A gente vê esse dado com otimismo e temos visto que isso tem sido de forma consistente. Mas pelo que a gente conhece da doença, pelo que temos visualizado em outros países, pode sim acontecer, com a liberação das pessoas, com as pessoas circulando com maior frequência nos ambientes, formando novas aglomerações, podemos ter outras ondas e outros picos. Com isso, voltar a ter o aumento no número de casos.

Da mesma forma, a gente pode ter locais menores, que não foram afetados de forma tão intensa pela pandemia, que passem a ter casos e passem a ter óbitos. É cedo ainda para a gente dizer que a pandemia, realmente, caminha para uma diminuição no número de casos e isso vai se consolidar”, ressalta Marco Aurélio. Ele alerta para a necessidade de mobilização quanto à utilização desses leitos por pacientes com outras patologias. “Mas, por outro lado, a gente entende que com essa situação dos leitos hospitalares diminuindo em 50% a gente precisa realmente mobilizar a utilização desses leitos, seja no setor público como no privado.

Então, é importante que os leitos estejam organizados, principalmente das estruturas fixas hospitalares, para que possam ser revertidos se houver a necessidade de novos leitos hospitalares para a Covid, mas também é importante que os leitos não fiquem ociosos, por que a gente sabe, principalmente no Sistema Único de Saúde, que existe uma fila de pessoas necessitando de cirurgias, até de Unidades de Terapia Intensiva por outras doenças também. É importante que exista uma otimização desses leitos, mas que exista uma eterna vigilância, até termos de fato uma definição de como a pandemia da Covid-19 se comporta”, aponta o médico. O diretor finaliza reafirmando a questão da vigilância diária desses leitos. “Mesmo com a diminuição da ocupação hospitalar, com a diminuição do número de leitos, que alguns já têm sido revertidos, alguns fechados, principalmente os leitos transitórios de hospitais de campanha, mas precisamos acompanhar isso diariamente para que qualquer mudança nessa curva seja possível reverter e se adequar a uma nova realidade”, afirma Marco Aurélio.

Por Diego Rios
Foto: Jadilson Simões