21/10/2020 as 08:34

INFESTAÇÃO

Prefeitura alerta população para conscientização no combate ao Aedes aegypti

Cada vez mais casos de dengue, zika e chikungunya estão aparecendo pelo país e a capital sergipana não está isenta

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Embora a pandemia do novo coronavírus seja o cenário que mais preocupa a população, neste momento, ele não é o único que deve chamar a atenção dos aracajuanos. Cada vez mais casos de dengue, zika e chikungunya estão aparecendo pelo país e a capital sergipana não está isenta, já que, de acordo com o último Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa), a cidade registrou um índice de infestação de 1,4 , considerado de médio risco para o aparecimento de surtos ou epidemias.

O último LIRAa, realizado  entre 31 de agosto e 4 de setembro, divulgado pela Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), apresenta classificação de risco semelhante ao realizado em março deste ano. No entanto, a capital apresentou uma queda no valor do índice de infestação de 12,5%.

Com a elevação da temperatura ocasionada pelo clima predominante no verão, a proliferação do mosquito se torna ainda mais preocupante, já que é justamente neste período de calor intenso e de chuvas isoladas que os vetores se desenvolvem, podendo ocasionar um surto da doença.

Para evitar que isso ocorra na cidade, o trabalho bilateral entre o poder público e a sociedade é fundamental já que a maior concentração de focos do mosquito acontece nas residências. Dessa forma, as ações de combate realizadas no município são eficazes, mas precisam estar em sintonia com as responsabilidades da população em manter os cuidados dentro de suas casas.

"Cerca de 88% dos focos do mosquito são encontrados dentro das casas das pessoas, não em terreno baldio, ou casas abandonadas, mas nas residências habitadas. O índice em Aracaju é de 1,4%, que colocou a capital na situação de médio risco de infestação. Nos leva a entender que, se as pessoas começarem um movimento e entenderem que têm criadouros dentro de casa, a gente vai conseguir baixar esse nível para índices aceitáveis. Cada cidadão precisa fazer uma  intervenção em seu próprio ambiente, porque já identificamos focos em copos descartáveis, plantas com água, até cadeira plástica que estava dentro de casa, depósitos que podem ser facilmente removíveis pelo cidadão. Não é uma ação isolada do poder público", explica o gerente de Programas de Controle do Mosquito Aedes aegypti, Jeferson Santana.

De janeiro a agosto, as equipes de agentes de endemias, registraram 454.217 domicílios, concluindo dois ciclos de visitas domiciliares, mesmo com as adaptações impostas pela pandemia. Nesse período foram realizados 24 mutirões, em 18 bairros da cidade, onde foi possível inspecionar 11.538 imóveis e eliminar e/ou tratar 777 criadouros e depósitos. Já o trabalho na coleta de pneus, que também foi realizado nesse mesmo período, recolheu 33.352 pneus na capital.

Assim como os mutirões, outro serviço de combate ao vetor da dengue realizado pelo município é o bloqueio de transmissão nas áreas com casos notificados, por meio da aplicação do UBV Costal (fumacê) nos quarteirões dos bairros. Nos primeiros oito meses do ano, o fumacê, que é realizado semanalmente, contemplou 33 bairros da capital, totalizando 1.744 quarteirões tratados, alcançando um total de 90.366 imóveis.

"Estamos fazendo mutirão, aplicando fumacê. Tudo que compete ao Município nós estamos fazendo. De segunda a quinta-feira fazemos aplicações de fumacê costal. Já os mutirões são realizados, em média, três vezes por mês. Mas falta a participação popular, que deve ser um trabalho em conjunto. Se depender apenas do Município, não vai se resolver. É preciso ter mais envolvimento da sociedade, do proprietário da casa", enfatiza Jeferson, conclamando também que a população não deixe água parada em casa.