28/10/2020 as 07:14

CÂNCER DE MAMA

Rotina de cuidados é fundamental na luta

Seja durante o banho ou em outras situações, o autoexame é um dos primeiros passos para identificar um câncer mamário, ajudando a mulher a iniciar o quanto antes seu tratamento

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Conhecer o próprio corpo é uma maneira de identificar quando algo não está normal. E é por isso que especialistas recomendam que mulheres a partir dos 20 anos de idade comecem a fazer, regularmente, o autoexame da mama. Seja durante o banho ou em outras situações, o autoexame é um dos primeiros passos para identificar um câncer mamário, ajudando a mulher a iniciar o quanto antes seu tratamento.

De acordo com estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca), a previsão é de que 60 mil mulheres serão acometidas pela doença este ano. Assim, é importante adotar o exame de toque como uma atividade rotineira. O ideal é fazer a palpação das mamas entre o sexto dia após o fim do fluxo menstrual, em frente a um espelho, durante o banho ou deitada. Embora o autoexame seja importante, ele não configura um diagnóstico definitivo para a doença.

Assim, encontrar um nódulo não significa que seja um câncer e, por isso, é importante procurar um médico para realizar os procedimentos necessários e obter um diagnóstico preciso. “É necessário se tocar, se olhar, se autoavaliar e ter um calendário em casa dos exames primordiais, para que possamos nos cuidar e ter autonomia. Quando a mulher se auto avalia, ela também tem uma noção. No autoexame das mamas podemos identificar algumas alterações e, a partir delas, precisamos buscar o mais rápido possível uma Unidade Básica de Saúde”, salienta a enfermeira da área técnica do Programa Saúde da Mulher da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Aracaju, Maria das Graças Nunes. O próximo passo no cuidado contra a doença que, em 2019, foi a segunda causa de óbito mais frequente no país, responsável por mais de 18 mil óbitos, de acordo com o Datasus, é a realização da mamografia.

A mamografia é como um raio-X das mamas, onde são comprimidas com uma intensidade leve a moderada de forma a deixar a distribuição das mamas homogênea. “Esse exame comprime as mamas e gera imagens de alta qualidade capazes de revelar a existência de sinais precoces do câncer. A mamografia é o padrão ouro para o diagnóstico precoce. Então, é fundamental que as mulheres, dentro da faixa etária de 50 a 69 anos, procurem uma UBS para realizar o que chamamos de mamografia de rastreamento”, pontua Maria das Graças. A enfermeira explica que existem dois tipos de mamografia: a diagnóstica, motivada por alguma alteração, sinal de lesão e/ou sintoma que a mulher tenha, e a de rastreamento ou rotina, feita em mulheres que não tem nenhuma queixa, mas fazem periodicamente, a cada dois anos, com a finalidade de, eventualmente, encontrar alguma alteração ou lesão cancerígena. A solicitação do exame de rastreamento pode ser feita tanto por um médico quanto por um enfermeiro.

Em Aracaju, a mamografia está disponível nas unidades básicas, e pode ser realizada sem que a usuária enfrente fila de espera. Realizar periodicamente o exame é muito importante, já que, quando é feito o diagnóstico precoce, as chances de cura são de até 95%. De acordo com Maria das Graças, não é preciso descobrir um nódulo, um caroço, para fazer esse exame, pois, como o nome já diz, é algo para rastreio, com o objetivo de avaliar as mamas. Embora um pouco incômoda, ela destaca que a mamografia é totalmente tolerável e não deve ser temida pelas mulheres. “O exame comprime as mamas de modo que causa certo incômodo, mas não é algo insuportável. É algo tolerável e a gente tem logo uma resposta, um diagnóstico. Esse exame é realizado por um técnico em Radiologia e, posteriormente, o laudo é emitido pelo médico. Nós não temos demanda reprimida. As equipes estão preparadas para isso”, reforça. De janeiro até o dia 26 de outubro deste ano, o município registrou um total de 6.489 mulheres que realizaram a mamografia de rastreamento, o que, de acordo com a enfermeira, foi uma queda significativa se comparado a 2019, quando 14.696 mulheres realizaram o exame.

No entanto, ela considera a pandemia da covid-19 como um dos fatores para essa baixa procura. Além da idade indicada pelos órgãos de saúde, mulheres com fator genético predominante, ou seja, que tenham casos de câncer de mama na família, devem buscar o exame um pouco mais cedo, aos 35 anos de idade. “As mulheres que têm uma parente de primeiro grau como a mãe ou a irmã, que teve câncer de mama, não devem esperar para fazer essa busca ativa. Ela pode, a partir dos 35 anos ou até antes, se perceber algo de estranho, solicitar outros exames que também darão qualidade de resposta, no caso, a ultrassom mamária para este tipo de público que precisa de uma resposta rápida não realize de dois em dois anos”, orienta a enfermeira.