26/01/2021 as 08:56

PREVENÇÃO

Diminuir consumo de carnes reduz riscos de cálculos renais

Segundo especialista, principal medida de prevenção é dietética

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Conforme dados apresentados pela Sociedade Brasileira de Urologia em 2019, cálculos renais são altamente prevalentes em todo o mundo e vem aumentando nos últimos anos devido às mudanças de hábitos. Estima-se que até 13% da população mundial possui cálculos renais e no Brasil esse índice é da ordem de 5%. Além disso, segundo urologistas, casos de pedras nos rins aumentam cerca de 30% durante o verão, diante de uma maior eliminação de água pelo suor e a falta de reposição da quantidade de líquido necessária.

De acordo com o médico urologista Amintas Arimateia, a principal medida de prevenção dos cálculos reinais é dietética, inclusive, evitando o consumo de carnes. Afinal, segundo ele aponta, os cálculos renais podem ser assintomáticos. “É preciso evitar excessos, especialmente de sal e de proteínas de origem animal. Temos que incentivar a alimentação balanceada, a atividade física, a ingestão regular de líquidos de acordo com a necessidade de cada um. Além do controle de outras doenças e domínios dos tratamentos que podem estimular a formação de cálculos, como medicamentos e suplementos”, salienta o médico.

Segundo a explicação do especialista, os cálculos renais são formados quando “há desequilíbrio entre a capacidade de filtração do rim e a quantidade de substância a ser filtrada, o que gera formação de cristais microscópios que vão se agregando em formas maiores e mais complexas até formar o cálculo”. Ainda conforme o doutor, existem cálculos renais tão pequenos que só podem ser vistos por exames de imagem, como ultrassonografia ou tomografia, mas há também cálculos que podem tomar a forma do rim inteiro.

A doença pode ser dolorosa e até levar à perda total ou parcial do rim, por isso a orientação de que as pessoas estejam sempre realizando exames simples regularmente, e em casos de histórico familiar de cálculo, cormobidade ou outros fatores de risco, essa vigilância dever ser ainda mais intensa. “Os exames gerais podem suspeitar da presença de cálculos. Especialmente o exame de urina, onde sangue microscópico e cristais orientam na busca através de outros exames.

Exames de sangue podem mostrar também desequilíbrio de substâncias como sódio, potássio, cálcio, ácido úrico, hormônios tireoidianos que estão relacionados a presença de cálculos. Os exames de imagem como ultrassonografia, raios x, tomografia computadorizada e cintilografia são fundamentais”, explica.

Os cálculos renais atingem mais pessoas entre 40 a 60 anos de idade, e é raro acometer pessoas antes dos 20. “Mas, a litíase renal pode ocorrer em qualquer época da vida, por ter origem multifatorial, podendo ser genético, dietético, climático, entre outros. No nosso país, essencialmente miscigenado, de dimensões continentais, multicultural, necessita de constantes estudos para melhor entendimento e consequentes ações na prevenção e tratamento”, reforça o doutor.

|Repórter: Laís de Melo 

|Foto 1: Divulgação
||Foto 2: Ilustração