24/02/2021 as 10:01

COVID-19

Variante de Manaus circula em Sergipe

A nova cepa foi identificada, no início do mês de fevereiro, a partir da análise de amostras de um sergipano que trabalha em Manaus

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Variante de Manaus circula em Sergipe

A Secretaria de Estado da Saúde (SES) confirmou que a variante P1 do SARS-CoV-2, ou “Variante de Manaus”, como ficou mais conhecida, já está circulando em Sergipe desde o início do ano. A variante vem preocupando autoridades, já que é considerada mais transmissível que outras cepas causadoras da Covid-19. A confirmação saiu no último dia 22, após a SES receber do laboratório Fiocruz o resultado do teste. A nova cepa foi identificada, no início do mês de fevereiro, a partir da análise de amostras de um sergipano que trabalha em Manaus.

O paciente, mecânico de aeronaves, chegou à capital sergipana em 22 de janeiro com sintomas gripais e ficou de imediato em isolamento domiciliar, segundo atestam familiares. Os sintomas persistiram e ele procurou atendimento em um hospital particular, onde ficou internado. Na UTI foi sedado e entubado. Evoluiu bem e no dia 4 de fevereiro recebeu alta. Todos os seus contactantes e familiares foram submetidos ao PCR, cujo resultado foi negativo para a Covid-19. “Nesse momento ainda é um fato isolado, um caso importado, mas a vigilância laboratorial continua com outras amostras.

A Secretaria de Saúde, através do Laboratório Central, tem feito a vigilância laboratorial dos casos de Covid-19 para detectar a presença de variantes de interesse no Estado. Essa vigilância possibilita identificar precocemente os casos, orientar corretamente o isolamento de pacientes e reconhecer cedo uma possível transmissão de linhagens de interesse”, disse o diretor de Vigilância em Saúde, Marco Aurélio Góes. A SES pontuou ainda que vem realizando vigilância laboratorial para detectar no Estado a presença e circulação das variantes do novo coronavírus de interesse mundial, dentre as mais de 800 descobertas. São elas a P1, de origem brasileira, a B.1.1.7., do Reino Unido, e a 501.V2, da África do Sul, que têm a capacidade de se espalhar com mais facilidade do que outras versões do vírus.

A vigilância laboratorial mostra que apenas as linhagens B.1.1.7., do Reino Unido, com registro de circulação em estados como a Bahia, e a 501.V2, da África do Sul, não foram identificadas em Sergipe. A circulação de várias linhagens do vírus em época de pandemia é comum, especialmente quando se trata de um vírus respiratório. A vigilância laboratorial é feita a partir da parceria com os laboratórios de referência nacional Fiocruz, no Rio de Janeiro, e o Lacen, da Bahia. “Enviamos um mínimo de três amostras por semana para os laboratórios fazerem a investigação de novas variantes em circulação, a partir do sequenciamento genético do vírus”, disse o superintendente do Lacen, o farmacêutico bioquímico Cliomar Alves.

A seleção das amostras segue critérios como ter carga viral alta, ter o portador do vírus estado em área onde circulam as variantes de interesse, a exemplo de João Pessoa, Manaus, Rio, São Paulo, Inglaterra e África e ser contactante de pessoas que adquiriram o vírus e estiveram nas áreas de risco destas novas linhagens. A P.1 foi identificada até agora nos seguintes estados: Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Pará, Paraíba, São Paulo, Roraima, Ceará, Piauí, Santa Catarina e Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.