04/08/2021 as 10:18

ALERTA

China enfrenta novo surto de covid e acende alerta

Nas ruas de Pequim, volta a se ver uma ampla maioria de pessoas andando de máscara, depois que o calor e a ausência de casos havia reduzido o uso desse item

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China - (El País) - O novo surto de covid-19 na China alcança apenas 360 contágios em uma população de 1,4 bilhão de pessoas, mas acendeu o alerta entre as autoridades. Primeiro por sua ampla extensão geográfica, pois casos foram detectados em 20 cidades de 12 das 31 províncias e regiões, sendo assim o surto mais espalhado desde o inicial, em Wuhan, no começo da pandemia. Mas preocupa, sobretudo, pela grande capacidade de infecção de seu causador, a variante delta do vírus, e por não haver certeza sobre a eficácia das vacinas nacionais contra essa cepa.

A Comissão Nacional de Saúde da China anunciou nesta semana que 1,6 bilhão de doses já foram administradas – em torno de 60% da sua população já foi imunizada, cifra que em Pequim supera 80%. Apenas vacinas de fabricação nacional são autorizadas para serem usadas no país.

O temor se espalhou rapidamente. Nas ruas de Pequim, volta a se ver uma ampla maioria de pessoas andando de máscara, depois que o calor e a ausência de casos havia reduzido o uso desse item.

A exigência de mostrar o código que certifique a boa saúde, um costume que tinha quase desaparecido, torna a ser requisito para entrar em estabelecimentos comerciais e espaços fechados. Ir a qualquer hospital significa preencher um longo formulário com o histórico de deslocamentos das últimas semanas. Em Xangai, as autoridades locais impuseram novamente quarentenas de 14 dias para quem A Frente Sandinista, partido que governa a Nicarágua, inscreveu Daniel Ortega e sua esposa, Rosario Murillo, como candidatos a presidente e vice nas eleições gerais marcadas para 7 de novembro, numa disputa da qual os principais nomes da oposição foram afastados ao serem detidos por ordem do casal presidencial. Ortega e Murillo foram sagrados candidatos à reeleição numa sessão virtual intitulada Congresso Sandinista Nacional Heroico Pancasán (alusão a um foco da guerrilha sandinista), com votação unânime — similar à dos congressos partidários de Cuba e Coreia do Norte—e com cânticos “ao grito de guerra”. Em seguida, a chapa foi oficializada perante um Poder Eleitoral também controlado pelo regime. Em 37 anos de carreira política, é a oitava vez que Ortega se candidata à presidência, a quarta consecutiva, num contexto marcado por graves violações dos direitos humanos e a perseguição total do seu regime contra qualquer expressão dissidente. Antes de oficializar sua candidatura — que na prática reafirma a possibilidade de eleição ilimitada — Ortega ordenou entre os meses de abril e junho a detenção de 31 líderes opositores. Entre eles se destacam os sete pré-candidatos presidenciais com mais capacidade de fazer contrapeso ao mandatário e sua esposa, que nesta segunda- -feira se tornou alvo de sanções da União Europeia, junto com outros sete altos funcionários do Governo sandinista. Entre os penalizados está também Juan Carlos Ortega Murillo, filho do casal, por sua condição de diretor de um dos principais canais de televisão do país e líder do Movimento Sandinista 4 de Maio. Alguns setores opositores denunciaram que os Ortega- -Murillo configuraram uma “eleição sob medida para si” ao afastar da disputa personalidades como Cristiana Chamorro (a pré-candidata de oposição com melhor intenção de voto segundo as pesquisas), o cientista político Félix Maradiaga, o camponês Medardo Mairena e Juan Sebastián Chamorro, entre outros.

A comunidade internacional condenou duramente o fechamento da via eleitoral, e as sanções impostas pela UE foram motivadas precisamente pela deterioração dos últimos meses. “O uso político do sistema judicial, a exclusão de candidatos das eleições e a inabilitação arbitrária dos partidos da oposição são contrários aos princípios democráticos básicos e constituem uma grave violação dos direitos do povo nicaraguense”, alegou o documento da União Europeia. Entretanto, no discurso de aceitação da indicação, Ortega insistiu em sua radicalização e estimulou um discurso nacionalista que condenação “a ingerência” das “potências ianque e europeias”. “É normal que haja discordâncias dentro da família, mas que alguém saia da família para procurar o ianque e o europeu para que venham agredir, a pôr o ferro, o jugo sobre sua família em sua terra... Esse aí, a partir desse momento, deixa de ser nicaraguense e se torna um vende-pátria”, disse Ortega em referência aos opositores presos, acusados pelo Ministério Público de “traição da pátria” e lavagem do dinheiro com que “o império financiou o terrorismo na Nicarágua”, numa referência aos protestos sociais de 2018. “Esses não merecem respeito algum. É um traidor da sua família, um traidor da pátria”, insistiu. Bruxelas – (El País) - A União Europeia ampliou nesta segunda-feira, 2, um novo leque de sanções contra o regime do presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, elevando substancialmente o cargo das pessoas incluídas na lista de punição. Entre os oito nomes que se somam à lista estão a vice-presidenta e primeira- -dama, Rosario Murillo, e um dos filhos do casal, Juan Carlos Ortega Murillo, que ocupa o posto de diretor de uma das principais emissoras de televisão do país e um cargo de liderança dentro do Movimento Sandinista 4 de maio. O bloco europeu acusa os oito altos funcionários de serem “responsáveis por graves violações dos direitos humanos e/ou ações que comprometem a democracia e o Estado de Direito na Nicarágua”.

Bruxelas enfatiza, ainda, que as medidas punitivas “são dirigidas a indivíduos específicos e moldadas de forma a não prejudicar a população e a economia nicaraguenses”. Os punidos, que agora formam uma lista com 14 nomes, dessa forma ficam proibidos de entrar em qualquer um dos 27 Estados que compõem a UE. A decisão também prevê que os alvos das punições terão seus bens em território europeu congelados, além de não poderem contar com recursos financeiros vindos de cidadãos ou de empresas europeias. As novas sanções europeias vêm a reboque das que foram impostas pelos Estados Unidos e Reino Unido, dois países que vêm reagindo ao recrudescimento da situação política por lá.

O alto representante de Política Externa da União Europeia, Josep Borrell, levou quase um mês para conseguir apoio dos 27 parceiros da União para avançar com as novas sanções. Mesmo assim, desde o início de julho, em discurso no plenário do Parlamento Europeu, Borrell já havia feito um chamado à situação do país centro-americano, dizendo que “a Nicarágua entrou em uma espiral repressiva” cujo objetivo seria “a eliminação dos candidatos de oposição até 7 de novembro [de 2021]”, dia em que o país celebra suas eleições presidenciais e parlamentares. A preocupação do alto representante tem fundamento. Durante o fim de semana que marcou o final de julho e o começo de agosto, foi preso no país o sétimo candidato à presidência. No comunicado que anuncia as novas sanções, Bruxelas observa que a mais nova detenção “ilustra tristemente a magnitude da repressão na Nicarágua e projeta uma imagem perturbadora para as próximas eleições”. Há meses a UE pede ao regime de Ortega que estabeleça um diálogo com a oposição de modo a garantir um processo democrático e confiável. O bloco também solicita ao Governo que permita o retorno de organizações internacionais de direitos humanos.

O poder em Manágua, por sua vez, vem ignorando os pedidos, o que justamente levou ao endurecimento das sanções. CASOS foram detectados em 20 cidades de 12 das 31 províncias chega à cidade procedente de zonas declaradas de alto risco de coronavírus dentro da China. Na cidade de Nanquim, no sul, o aeroporto internacional – onde o novo surto começou – foi fechado. Segundo as autoridades sanitárias, o problema surgiu porque alguns trabalhadores de limpeza usaram equipamentos de proteção insuficientes ao preparar o interior de um avião das linhas aéreas chinesas que havia chegado da Rússia no último dia 10. Os funcionários se submeteram a um exame nos dia 20 e deram positivo, mas àquela altura já tinham contagiado outros contatos. Nesta segunda-feira, o ministério chinês da Saúde (oficialmente chamado Comissão Nacional da Saúde) relatou 55 novos casos de covid-19 no país, além de 44 pacientes assintomáticos, que Pequim não inclui nas contagens oficiais.

Posteriormente, soube-se da detecção de sete casos em Wuhan, os primeiros nessa localidade de 11 milhões de habitantes desde maio do ano passado – um golpe para uma metrópole que, superada a primeira onda da pandemia, se gabava de ser “a cidade mais segura do mundo”. O diagnóstico de novos casos foi um revés também para Zhengzhou, capital da província de Henan, que neste mês já tinha sofrido gravíssimas inundações que deixaram mais de 300 mortos. Até agora, a maioria dos casos detectados no surto – mais de 200 – é de Nanquim, onde sua população de nove milhões de pessoas se submeteu a pelo menos três rodadas de exames PCR.

O enclave turístico de Zhangjiajie – suas peculiares formações montanhosas foram usadas como locação no filme Avatar –, na vizinha província de Hunan, encontra-se por sua vez em confinamento parcial, com o fechamento de todas as atividades de lazer, a proibição de aglomerações e a recomendação de que seus 1,5 milhão de habitantes permaneçam em casa. A capital de Hunan, Changsha, e gigantesca Chongqing, no centro da China, também proibiram os grandes eventos coletivos em locais fechados. A localidade de Zhuzhou, em Hunan, com 1,2 milhão de habitantes, ordenou o confinamento de seus moradores durante três dias, com a exceção dos trabalhadores considerados essenciais.

Em Pequim, onde quatro casos foram detectados, foram cancelados alguns voos, trens e ônibus procedentes de áreas consideradas de alto risco. Moradores desses lugares foram proibidos de viajar à capital, e quem tiver chegado recentemente terá que se submeter a controles de saúde. As autoridades municipais ordenaram o confinamento do bairro onde os dois primeiros casos foram detectados – um casal que tinha viajado a Zhangjiajie –, assim como outros nove complexos residenciais vizinhos no distrito de Chanping, na zona norte da capital. Ao todo, segundo o jornal Beijing News, 41.000 moradores se encontram desde a semana passada sob essa medida, que se prolongará por duas semanas. Pang Xinghuo, subdiretor do Centro para a Prevenção e Controle de Doenças em Pequim, lançou um apelo à população da capital para que só saia da cidade em caso de absoluta necessidade. “O verão é a alta temporada para o turismo, viagens e reuniões. As pessoas viajam com frequência e se deslocam muito, mas os moradores não devem relaxar na prevenção e controle da epidemia”, afirmou.