30/11/2021 as 08:40

INFECÇÃO

Réveillon e Carnaval não devem ser realizados, diz especialista

Variante Ômicron pode aumentar chance de infecção e até agravá-la

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Uma nova variante da Covid-19, batizada de Ômicron, foi confirmada em regiões da África e preocupa especialistas de saúde em todo o mundo, sobretudo do Brasil, país que não atingiu nem 50% de vacinação completa contra o vírus. De acordo com o coordenador da Força-Tarefa da Covid-19 da Universidade Federal de Sergipe (UFS), professor Lysandro Borges, a cepa possui 50 mutações, sendo 15 delas na região da porção RBD, da proteína Spike, na qual atuam as vacinas contra o vírus.

Segundo o especialista, isso significa que a variante pode reduzir a efetividade dos imunizantes, aumentando o risco de transmissão. “É o que a gente chama de escape vacinal. Se eu tenho uma mutação na proteína Spike, eu terei uma diminuição da efetividade das vacinas. Então, a chance de contaminação aumenta, assim como a infectividade do vírus também”, explica Lysandro.

Conforme ressalta o especialista, o Brasil precisa de uma cobertura vacinal acima de 88% para assegurar a saúde pública da população contra a variante Delta, que já circula em todo o país. No caso da variante Ômicron, Lysandro explica que estudos ainda precisam ser realizados para calcular a taxa ideal de imunidade coletiva para combater a nova cepa. “Enquanto isso, precisamos evitar aglomerações, reforçar o uso de álcool gel e máscaras. Além de buscar os faltantes e aqueles que não querem se vacinar”, disse. Para ele, festas de fim de ano e carnaval não devem ser realizadas. “Nesse momento, é irresponsabilidade e um perigo para nossa saúde pública, pois a variante já tem indícios de suspeita da sua detecção num paciente que veio da África do Sul e desembarcou em São Paulo essa semana”, reitera.

SES
A Secretaria de Estado da Saúde (SES) informa estar acompanhando com atenção as orientações do Ministério da Saúde quanto às ações relacionadas ao surgimento da nova variante de interesse do coronavírus. “Ainda não há casos confirmados no Brasil, mas o Ministério da Saúde proibiu voos vindos dos países africanos África do Sul, Botsuana, Lesoto, Namíbia, Zimbábue e Eswatini (ex-Suazilândia) a partir desta segunda-feira, 29”, afirma a SES.

A vacinação contra o vírus se tornou a principal arma de combate contra o coronavírus no mundo, no entanto, ainda se esbarra na rejeição da população. Conforme dados do Programa Estadual de Imunização de Sergipe, 204 mil pessoas estão com a segunda dose atrasada, o que significa que as vacinas já foram distribuídas pela pasta e estão nos postos de saúde aguardando a população. “Não é tempo de relaxar. As variantes ainda deixam o mundo em alerta e se espalham de forma muito rápida. Estamos correndo contra o tempo para deixar à disposição da população sergipana o seu imunizante, mas é preciso que as pessoas se conscientizem de que a proteção efetiva se dá com o esquema vacinal completo”, destaca a secretária da Saúde, Mércia Feitosa.