30/11/2021 as 12:40
TRANSPLANTETempo de espera de pacientes pode levar mais de dois anos
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O número de transplante de órgãos, tecidos e células, feitos pela rede pública, caiu em 2020 e foi o menor dos últimos oito anos no Brasil, segundo dados do Sistema de Informações Hospitalares (SIH/ SUS), do Ministério da Saúde. Em Sergipe, um dos motivos pela redução foi a queda nas doações durante o período de pandemia da Covid-19.
Conforme dados do Centro de Transplantes da Secretaria de Estado da Saúde (SES), 332 pessoas aguardam na fila por transplante de córnea em Sergipe. Segundo o coordenador do Centro, Benito Fernandez, o estado já foi destaque no transplante de córnea no país e, atualmente, está em quinto lugar no número de cirurgias dessa natureza.
Ainda conforme Benito, atualmente, o tempo de espera para um paciente conseguir o transplante é de, em média, dois anos e seis meses, o que é considerado muito longo. “Antes da pandemia, esse tempo de espera era de nove meses, e agora está assim tão grande. Infelizmente, a pandemia atrapalhou muito a questão da doação. A gente precisa trabalhar muito as famílias, para que nesse momento difícil para elas, possam autorizar a doação nos casos que os pacientes tenham morte encefálica, que é a condição para que seja doador de órgãos” explica Benito.
A presidente da Associação dos Renais Crônicos e Transplantados de Sergipe (Arcrese), Adriana Santos Costa, reforça que a espera depende da doação. “Vivo é rápido, só o tempo de avaliação dos exames. Cadáver, infelizmente, não tem tempo de espera. É quando a sorte chega mesmo e encontramos o doador comparativo, infelizmente. As pessoas, apesar da campanha conscientizando a doação, elas ainda não aderiram à continuação da vida”, disse Adriana.
Este ano, um total de 9.137 transplantes de córnea foram realizados em Sergipe. O Estado também realizou transplantes de órgãos (5.141 ao total), sendo o maior número de cirurgias de transplante de rim, com 3.304 em 2021.
|Da redação:Laís de Melo
||Foto: Divulgação