23/08/2024 as 10:01
CONTAMINAÇÃOOs alimentos mais comumente analisados pelo ITPS incluem massas de milho, farinhas diversas, doces, comidas prontas para consumo, laticínios e café.
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O Instituto Tecnológico e de Pesquisas do Estado de Sergipe (ITPS), órgão vinculado à Secretaria do Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (Sedetec), chama a atenção para os riscos associados à presença de corpos estranhos em alimentos, que podem causar danos à saúde dos consumidores. Embora exista uma regulamentação específica que estabelece limites de tolerância, o ITPS tem observado, por meio das análises de rotina, que muitos alimentos ainda apresentam níveis de contaminação que estão em desacordo com os limites de tolerância permitidos pela legislação.
Os alimentos mais comumente analisados pelo ITPS incluem massas de milho, farinhas diversas, doces, comidas prontas para consumo, laticínios e café. Nas análises realizadas pelo instituto, já foram encontrados fragmentos como pedaços de vidro, plástico, segmentos de insetos e aracnídeos, insetos inteiros e pelos mamíferos.
A coordenadora do Laboratório de Microbiologia do ITPS e doutora em Biotecnologia, Rejane Batista, enfatiza que a presença desses corpos estranhos em alimentos não só representa um risco direto à saúde dos consumidores, como também é indicativa de falhas nas boas práticas de produção e manipulação dos alimentos. “Esses contaminantes podem causar sérias complicações, desde intoxicações até alergias, além de indicarem que os processos de controle de qualidade não estão sendo devidamente seguidos. É fundamental que as indústrias alimentícias se comprometam a revisar seus procedimentos e adotem medidas rigorosas para garantir a segurança dos produtos que chegam à mesa do consumidor”, afirma a coordenadora.
Conforme a Resolução RDC nº 623, de 9 de março de 2022, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), são definidos os limites para a presença de matérias estranhas em alimentos, assim como os princípios gerais para o seu estabelecimento e os métodos de análise para avaliação de conformidade. No entanto, mesmo com a existência dessa normativa, casos de contaminação continuam a ser detectados, preocupando tanto produtores e indústrias de alimentos quanto consumidores que se sentem lesados ao consumir produtos contaminados.
Um exemplo que ilustra os parâmetros estabelecidos pela regulamentação é a permissão para a presença de até 300 fragmentos de insetos em 25 gramas de chá de menta ou hortelã, conforme estipulado pela resolução vigente. “Esse número reflete a complexidade do processo de produção de alimentos e a necessidade de estabelecer limites que garantam a segurança do consumidor sem comprometer a viabilidade prática da produção em larga escala”, explica Rejane. Mesmo dentro dos padrões estabelecidos, a presença de corpos estranhos pode representar um risco à saúde, especialmente de crianças, idosos e pessoas com condições de saúde específicas. “Embora os casos graves sejam raros, é possível que pequenas partículas passem despercebidas e acabem sendo consumidas. Isso reforça a importância de observar atentamente os alimentos antes de consumi-los”, destaca.