22/04/2025 as 13:16

ORIENTAÇÕES

Hospital da Criança alerta sobre excesso de telas para público infantil

Durante a infância, o uso não controlado de exposição às telas pode trazer consequências negativas

COMPARTILHE ESTA NOTÍCIA

Hospital da Criança alerta sobre excesso de telas para público infantilCésar de Oliveira

Ansiedade, sedentarismo, distúrbios do sono, instabilidade de humor e dificuldade de interação social são algumas das consequências que podem ser causadas pelo uso excessivo de telas entre as crianças. Diante disso, o Hospital da Criança Dr. José Machado de Souza, orienta que pais e responsáveis precisam ficar atentos e estabelecer limites aos pequenos para evitar consequências negativas para a saúde. 

De acordo com a responsável técnica em Psicologia do Hospital da Criança, Ivanesk Andrade, o uso de telas em excesso acaba atrapalhando o desenvolvimento humano, como também das habilidades sociais, aspectos cognitivos, além de prejuízos oftalmológicos. “Ao pensar na primeira infância, a exposição às telas de forma não controlada pode trazer consequências negativas, como atraso na comunicação, dificuldade na interação social, baixos níveis de atenção e concentração, desenvolvimento cognitivo afetado, prejuízos à saúde física e à mental, entre outras que surgem a curto e longo prazo”, destaca. 

Embora os dispositivos tenham se tornado uma ferramenta indispensável para pais e professores, é necessário o equilíbrio para não afetar todo o círculo social dessa criança. “Esse excesso não afeta somente as crianças e, às vezes, é difícil se livrar da sensação assustadora de gerenciar o tempo em frente às telas, seja educacional ou não. As crianças podem espelhar o comportamento dos adultos ou, também, sofrer com a falta de atenção dos pais por causa do uso contínuo do celular e redes sociais, por exemplo”, afirma Ivanesk.

Limites

A psicóloga orienta que os adultos fiquem atentos aos limites quanto aos conteúdos apropriados para crianças, como, também, o tempo de uso das telas. “Os adultos devem definir quando, onde e como as telas podem ser usadas, criando uma rotina de tempo, com base na idade da criança, desse modo, ensinam a entender seus próprios limites digitais. É interessante, ainda, observar o que é educacional e que tenha informações relevantes”, destaca ao citar que os adultos devem selecionar o conteúdo de TV, vídeos ou jogos que as crianças podem consumir. 

Além disso, os pais e responsáveis pelas crianças, podem desativar o recurso de reprodução automática em aplicativos de vídeos como o Youtube, pois, de acordo com a profissional, incentiva a não assistir vídeo após vídeo, facilitando o desvio do assunto. Outra maneira de adequar o uso de telas, é o adulto conhecer o tipo de conteúdo que a criança gosta de assistir e, em alguns momentos, essa ser a programação da família toda. “Uma boa alternativa é pesquisar e revisar os programas preferidos das crianças no intuito de avaliar seu valor educativo, observar se incita a violência, entre outras coisas”, frisa. 

Definir pausas para momentos de atividades longe das telas e evitar o tempo de tela antes de dormir mais ou menos 1h antes de dormir são fundamentais, pois afetam o sono e, consequentemente, dificulta acordar com disposição no dia seguinte. 

Alternativas

Ivanesk Andrade ressaltou que existem outras alternativas às telas. “Já sabemos que a exposição das crianças às telas em excesso é prejudicial à saúde. Então, os pais ou responsáveis podem oferecer às crianças opções de brincadeiras e diversão, sempre adequando a faixa etária. Quando possível, os adultos podem levar para passear em parques ou praças, por exemplo. Oportunizando, assim, maior interação social com outras crianças e amigos. Desta forma, elas são estimuladas a usar a imaginação e criatividade em diversas brincadeiras”, pontua. 

Essa redução de exposição às telas, acaba refletindo, também, na saúde física e mental das crianças. “Quando o tempo de tela é alternado com outras atividades que estimulam o aprendizado e a criatividade das crianças, acaba reduzindo o estresse e a ansiedade. Além disso, a interação da família é fundamental nesse processo. Gera fortalecimento de vínculos e memórias afetivas”, completa Ivanesk.