03/11/2021 as 10:46

ENTREVISTA

TB Entrevista Ruth Sales

A nossa entrevista hoje é com Ruth Sales Gama de Andrade, começou sua formação na Escola Técnica Federal de Sergipe, onde concluiu o Curso Técnico.

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A nossa entrevista hoje é com Ruth Sales Gama de Andrade, começou sua formação na Escola Técnica Federal de Sergipe, onde concluiu o Curso Técnico. Depois disso, graduou-se em Química Industrial pela Universidade Federal de Sergipe (UFS), fez mestrado pela UFBA e doutorado em Química pela Universidade Federal de São Carlos.

Com um extenso currículo na área de ensino e também em postos administrativos, a professora Ruth Sales fez história em 2018 ao se tornar a primeira reitora mulher em Sergipe. Ruth é natural de Aracaju/SE, casada com Márcio Roberto de Andrade e mãe de Luciana Gama de Andrade e André Gama de Andrade. Ao completar três anos de gestão à frente do Instituto Federal de Sergipe (IFS), ela fez um balanço do seu trabalho. Vamos ao bate papo.

THAÏS BEZERRA - Professora Ruth, há quase três anos a senhora é reitora do IFS. Como tem sido lidar com os desafios diários da gestão, principalmente em tempos pandêmicos como temos vivenciado?
RUTH SALES - Assumi a Reitoria em 30 de outubro de 2018. Logo veio a pandemia e com ela inúmeros desafios. Ser gestora já é por si só um desafio e em tempos pandêmicos a situação ficou mais complexa. Nesse contexto, eram necessárias respostas rápidas e efetivas para uma situação nunca vivida, sem perder de vista, o que nos é mais caro, a vida humana. Assim fizemos! Fomos a primeira instituição a suspender o calendário acadêmico e em seguida constituímos várias comissões com finalidades diversas, a saber: Comissão de Orientação Para a Preservação da Vida, obedecendo as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS); Comissão para Construção do Regulamento do Ensino Remoto; Comissão Técnica para Aquisição de Equipamentos (tablets, fones, etc.); além do regulamento para pagamento de auxílio internet. Publicamos editais para submissão de projetos que visavam atender a toda a sociedade sergipana, por meio das doações de máscara de tecidos, escudos faciais, sabonete líquido, álcool 70%, rodo UV, dentre outros.

TB - Em 2018 a senhora esteve em Brasília na cerimônia de posse para o cargo de reitora. O que mudou em você da Ruth de agora em relação a Ruth de três anos atrás?
RS - Muita coisa mudou. Primeiro pelo compromisso que assumi comigo e com toda comunidade do Instituto Federal de Sergipe, que confiou a mim o comando da instituição. Carrego uma frase de uma música de composição de Raul Seixas: “Prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”. Gosto de gente, de trabalho, de desafios… assim me sinto útil e feliz. Converso com os meus colegas, respeito suas opiniões e juntos procuramos soluções para fazer do IFS uma instituição mais feliz. Sinto-me cada dia mais forte porque não estou só nesta caminhada.

TB - Seu nome é marco na história da educação em Sergipe e traz representatividade, afinal a senhora é a primeira reitora mulher do nosso estado. Qual a importância dessa conquista?
RS - Sinto-me honrada pela confiança que me foi depositada. Também entendo a importância desse momento: uma mulher como gestora máxima da instituição. Procuro representar muito bem as mulheres, mostrando compromisso, capacidade e trabalho efetivo com as questões que envolvem nós, mulheres. Sei que estou aqui porque outras mulheres prepararam o campo, abrindo caminhos e por isso exerço minhas atribuições procurando abrir caminhos para outras mulheres. Sabemos que mesmo em pleno século XXI, temos muito o que conquistar, por isso a importância do trabalho de cada uma que assume uma função. Temos a obrigação e a possibilidade de contribuir para mudança de uma sociedade machista, lutando pela equidade, enquanto sujeitos e agentes.

TB - Ter sido aluna da Escola Técnica Federal a ajudou a compreender as necessidades institucionais da comunidade acadêmica? De que maneira? RS - Sem dúvidas, ter vivenciado a instituição como estudante me oportunizou uma educação pública, de qualidade, contribuindo efetivamente com a minha formação cidadã. Para que falemos de um tema, é importante que se vivencie. Desta forma nos permite sentir as necessidades e hoje contribuir mais. Assim, focando nos avanços, possibilitamos aos estudantes, uma educação cada vez melhor, formando um profissional que corresponda às necessidades exigidas pelo mundo do trabalho.

TB - O IFS é reconhecido pela qualidade de seu ensino e pela oferta de cursos em variadas modalidades de ensino, além, é claro, de suas pesquisas e atividades de extensão. Quais os próximos passos para tornar o Instituto ainda mais próspero em suas ações?
RS - A educação é dinâmica e visualizamos sempre a importância da integração entre ensino, pesquisa e extensão, sem perder de vista a inovação que perpassa pela tríade, disponibilizando novas metodologias e tecnologias, serviços e produtos. Desta forma contribui-se para uma melhor relação no processo ensino-aprendizagem, buscando acompanhar as necessidades e exigências do mundo do trabalho. Assim despertamos o interesse e a participação dos estudantes, disponibilizando profissionais críticos e criativos, preocupados com as relações interpessoais. O IFS tem trabalhado visando no futuro o desenvolvimento gradativo da educação emocional, em que o estudante deverá conhecer a si mesmo dentro de um contexto social para atuar em todas as esferas de sua vida, com consciência e criticidade na educação social que atua em espaços considerados não-escolares.