Reinaldo Moura, o exemplo soberano de um “Rei”

Filho honrado de Japaratuba, Reinaldo Moura Ferreira, desde muito cedo, aprendeu o poder da palavra, o poder da comunicação que tanto usou para semear a harmonia e acolher as diferentes opiniões sem perder o foco e nem os amigos. De boa prosa e riso fácil, entabulava histórias sobre assuntos variados puxados por memória privilegiada e com a voz de radialista treinado, capaz de comentar um jogo inteiro de futebol sem perder o ritmo e nem o tom.

A partir do homem de indiscutível domínio em sua área de atuação, a comunicação, transformou-se em homem público e foi eleito vereador e deputado estadual por várias legislaturas. Por sua liderança, foi eleito, por duas vezes, presidente da Assembleia Legislativa de Sergipe. O corolário do seu trabalho foi a nomeação para Conselheiro do Tribunal de Contas de Sergipe, corte que também presidiu. Isso tudo, sem se deixar macular por onde passou. Mas o seu coração palpitava mesmo era pelo Club Sportivo Sergipe. Tinha um caso de amor e paixão pelo time, tantas vezes declarado com olhos cheios de lágrimas.

Deixou a presidência, mas esteve presente em todas as decisões importantes e era o nome mais respeitado pela equipe do Gipão. O “Rei” tinha uma majestosa maneira de ver a vida. Sua rica bibliografi a mostra isso. Ìcone do radialismo e do jornalismo sergipano, ele ocupou as bancadas das emissoras locais e logo conquistou os corações dos ouvintes com sua poderosa voz e um carisma que encantava, literalmente, através das ondas do rádio. Daí, para a carreira política foi um pulo. Com habilidade, trabalho, visão e muito profi ssionalismo abraçou defi nitivamente a vida pública. Seu primeiro mandato foi de vereador por Aracaju de 1977 a 1978, em seguida assumiu o seu primeiro mandato como deputado estadual, de 1978 a 2000.

Por duas vezes, presidiu a Assembleia Legislativa, de 1993 a 1994 e de 1999 a 2000. Nessa função, em 1993 ele assumiu o governo do Estado por duas ocasiões. O “Rei” era um romântico, apaixonado pela vida. Gostava de cantar, de sorrir, de cultivar amigos. Um ser humano digno, com um legado repleto de signifi cados, um nome respeitado por todos. Ele era um conciliador nato, sabia contemporizar, apaziguar qualquer situação, mas não fugia da luta.

No final, Má aposentado, dizia que queria curtir a vida, mas não raro era procurado para opinar sobre as mais diversas situações e seu parecer sempre prevalecia. Reinaldo Moura vai fazer muita falta, seu sorriso, sua experiência, seu discernimento, sua lealdade. Segue o homem mas permanece vivo em nós a nobreza de sua história, o exemplo soberano de um “Rei” incansável, corajoso, amigo, que construiu uma vida pautada no respeito e no amo.

Homenagem dos jornalistas Hugo Julião e Mel Almeida do Portal Aracaju Magazine