29/11/2021 as 12:06

SIMPÓSIO

TB Entrevista Thais Carvalho

No próximo sábado, 04 de dezembro, será realizado o III Simposio Sergipano de Cardio-oncologia, que abordará as complicações cardiovasculares

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No próximo sábado, 04 de dezembro, será realizado o III Simposio Sergipano de Cardio-oncologia, que abordará as complicações cardiovasculares advindas do tratamento do câncer e como podemos evita-las. Idealizado pela cardiologista Thais Carvalho, pós graduanda em Cardio-oncologia pela Duke University, o evento será on-line e gratuito, dirigido aos profissionais da área de Saúde, em manhã de atualização, com reconhecidos cardiologistas e oncologistas , locais e nacionais, envolvidos no tema.

Maestra cuja batuta tem condão, esparge solidariedade e profissionalismo, hoje a doutora Thais atualiza leitores e leitoras acerca das consequências cardíacas do combate químico ao câncer, tema que reunirá estudiosos a respeito. A organização é terceirizada by empresa com expertise e inscrições são pelo site www.cardioonco-se.com.br.

THAÏS BEZERRA - O que é a cardio-oncologia?
DRA. THAIS CARVALHO - Cardio-oncologia é o campo da ciência voltado para o diagnóstico precoce e o manejo adequado das doenças cardiovasculares em pacientes com diagnóstico atual ou pregresso de câncer. A cardio-oncologia ocupa-se ainda da análise do risco cardiovascular frente ao diagnóstico oncológico, assim como das necessidades do coração do paciente antes, durante e após o referido tratamento.

TB – Fale sobre a realidade em diagnosticar câncer e doenças cardiovasculares, juntos.
TC - Atualmente, as doenças cardiovasculares (DCV) e o câncer são as principais causas de mortalidade no planeta, com aumento significativo de sobreviventes em todo o mundo, graças aos avanços recentes na detecção e no tratamento do mesmo. . Porém, o tratamento do câncer tem também demonstrado perigosos efeitos colaterais ,sobre o coração, advindos da quimioterapia e da radioterapia.

TB - Qual população de pacientes com câncer, corre maior risco de ter complicações cardiovasculares advindas da Químio e Radioterapia?
TC - Pacientes com fatores de risco (hipertensao arterial, diabetes, fumo, extremos de idade, genética ou doença cardiovascular já estabelecida) devem ser avaliados pelo cardiologista no início da terapia e acompanhados de acordo com protocolos de seguimento específicos.

TB – De que forma?
TC - O tratamento do câncer, em suas diversas modalidades (quimioterapia, imunoterapia, radioterapia, dentre outras), pode resultar em dano ao sistema cardiovascular.

TB - Quais são as principais complicações que o tratamento do câncer pode provocar ao coração?
TC – Várias, infelizmente - como insuficiência cardíaca, infarto/isquemia do miocárdio, miocardite/pericardite, arritmia cardíaca, trombose (coágulo) coronariano em membros inferiores que podem evoluir para os pulmões e consequente embolia pulmonar, hipertensao arterial, diabetes, entre outras. Ao avaliar o paciente, a equipe multidisciplinar analisa os riscos e os supostos benefícios da terapia cardioprotetora, para implementar estratégias de prevenção ao dano cardiovascular.

TB - De que modo podemos conhecer o diagnóstico das complicações cardiovasculares decorrentes da quimioterapia/radio.?
TC - Na avaliação inicial do cardiologista, recomenda-se realizar a anamnese e o exame físico com a subsequente solicitação de exames complementares diagnósticos, um ecocardiograma trans torácico com doppler colorido, idealmente tridimensional, com análise da fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE), da função diastólica e da deformação miocárdica com mensuração do strain pela técnica speckle tracking. Importante alertar, que as complicações / consequências cardiovasculares podem surgir, mesmo alguns anos após terminado o tratamento do câncer.

TB - Que mensagem você poderia registrar, para prevenir as complicações cardiovasculares advindas do tratamento do câncer?
TC - A colaboração integrada entre cardiologistas, oncologistas e hematologistas assegura o tratamento adequado e benéfico aos pacientes com câncer. Evita as consequentes complicações que podem comprometer o tratamento ou levar a morte. Uma avaliação cardiológica prévia, bem como durante a quimio/radioterapia pode alertar para a potencial complicação cardíaca e seu monitoramento efetivo, que permite o tratamento ser continuado ou suspenso quando indicado.