16/05/2022 as 09:31

ENTREVISTA

TB Entrevista Mateus Todt

Atua firme na especialidade - infectologia, que trata uma série de doenças. É também Professor efetivo da Universidade Federal de Sergipe (UFS) na cidade de Lagarto/SE.

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Nosso entrevistado é Matheus Todt, médico infectologista, profissional referência em nossa terra. Professor titular da Universidade Tiradentes (Unit), conceituado, estudioso e que realiza com dedicação a sua missão de ensinar e cuidar. Atua firme na especialidade - infectologia, que trata uma série de doenças. É também Professor efetivo da Universidade Federal de Sergipe (UFS) na cidade de Lagarto/SE.

Tem no DNA a tradição da medicina sergipana, que vem de seu avô Dr. Dietrich Todt, um dos fundadores do Hospital São Lucas junto com seu tio/avô José Augusto Barreto, além de tios e primos. Fez Residência em Infectologia pela Universidade Federal de Sergipe (2013). Mestrado em Ciências da Saúde pela Universidade Federal de Sergipe (2015). Doutorando em Ciências da Saúde pela Universidade Federal de Sergipe (2017). Vamos ao bate papo.

THAÏS BEZERRA - Quase três anos de pandemia da COVID 19, qual sua avaliação, o senhor acredita que a fase mais grave já passou?
MATHEUS TODT - Felizmente, sim! A fase mais crítica foi vista na 2ª onda da doença, nos primeiros meses de 2021. Hoje vivemos uma fase de transição da pandemia (com um número crescente de casos e mortes) para uma fase de endemia (com um número bem menor mas constante de casos).

TB - O cenário de reinfecção pode ser tão grave do que a COVID?
MT - Hoje sabemos que a reinfecção pelo vírus da COVID-19 é mais comum do que imaginávamos. Normalmente os casos de reinfecção são mais brandos que a primeira infecção pelo vírus, no entanto, há inúmeros relatos de reinfecções mais grave (ou mesmo fatais). Por isso não podemos facilitar.

TB - Como o senhor vê a indicação da quarta dose da vacina?
MT - Ainda há uma certa discussão a respeito da 2ª dose de reforço (a 4ª dose), já que ainda não temos muito estudos a respeito. Mas é ponto pacífico que a imunidade contra COVID-19 cai com o tempo e que a revacinação periódica é importante. O que ainda está por ser definido é a periodicidade dessa revacinação.

TB - A infectologia é uma especialização relativamente nova na medicina. Quando se deve procurar um infectologista?
MT - A infectologia, como especialidade médica, é relativamente antiga. Porém, a infectologia sempre esteve muito relacionada a infecções hospitalares e a grupos específicos de pacientes (como as pessoas vivendo com HIV). Normalmente, o médico infectologista é procurado devido a quadros de infecções mais graves, recorrentes ou em situações em que o diagnóstico ainda é incerto. É mais frequente o paciente ser encaminhado por outros médicos do que procurar diretamente o infectologista.

TB - Quais são as áreas que um infectologista pode atuar?
MT - O infectologista tem uma área grande de atuação. Normalmente vemos esses profissionais em hospitais em centro de controle de infecção, em centros de referência para doenças infecciosas (para tratamento de AIDS, hepatites crônicas, tuberculose, hanseniase) e em ambulatórios.

TB - Quais os maiores desafios o senhor encontrou nesta especialidade?
MT - Acredito que o grande desafio que todo médico infectologista enfrenta é a respeito do uso indiscriminado de antibióticos. Esse é um tema muito complexo, já que estamos vivendo a era das bactérias multi-resistentes e a sociedade (médica e leiga) não tem dado a devida importância.

TB - Porque o senhor escolheu ser médico infectologista?
MT - Essa é uma boa pergunta. Sinceramente não sei a resposta! Passei por algumas áreas médicas antes de me tornar infectologista. Apesar de não saber como desembarquei na especialidade, algumas pessoas foram fundamentais para que eu tivesse certeza que estava no lugar certo: Dra. Angela Maria, Dra. Iza Lobo e Dr. Jerônimo Araújo.

TB - Qual sua mensagem para prevenir doenças e ter uma vida saudável?
MT - Seja feliz! Acho que o ponto principal é ser feliz e levar a vida com leveza. Claro que lavar bem as mãos, tomar vacina regularmente e evitar contato com outras pessoas quando estiver doente também ajuda bastante.