20/09/2022 as 14:12
LUTOAos 74 anos, Magnólia morreu vítima de infecção generalizada por problemas urinários
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Faleceu nesta segunda-feira, 20, “Magnólia”, a travesti matriarca de Aracaju, sendo eleita como a primeira da capital. Aos 74 anos, Magnólia encerrou sua trajetória rica de aventuras, de descobertas e viagens que a levaram a conhecer os encantos e perigos das diversas ruas e locais em que se fez presente. A travesti estava internada no Hospital de Urgência de Sergipe (HUSE) e veio à óbito por uma infecção generalizada provocada por problemas urinários.
Antes de chegar ao seu fim, Magnólia foi embora e passou um período em Santos (SP), trabalhando com prostituição e sendo garçonete em cabarés. Quando voltou, passou boa parte da vida vendendo cuecas e meias masculinas no centro Aracajuano, principalmente nos mercados centrais. Em entrevista antiga, ela afirmou que começou a se prostituir aos 17 anos e não parou mais desde então. Também relembrou suas vivências e sapecagens de quando era jovem, relatando que no momento estava mais pacata, com o passar da idade, morando sozinha. “Eu gosto de dormir no quarto sozinha. Ligo a televisão, o ventilador. Ainda vendo alguma coisinha, lavo roupa, passo ferro, tudo. Gosto de ler romances”, falou.
Ainda, Magnólia expôs sua orientação sexual, que era de preferência por homens e que amizade apenas com mulheres. “Ser travesti foi um destino em minha vida. Eu não gosto de mulher. Mulher, só amizade, sabe? Eu nasci assim mesmo. Deus sabe o que faz, né?”, disse ela.
Com a notícia da sua morte, muitos postaram homenagem para a figura querida e ilustre de Sergipe. Em sua página do twitter, a vereadora Linda Brasil (PSOL) falou sobre a partida.
“Recebi hoje, com tristeza, a notícia de que Magnólia, uma das travestis mais antigas de Aracaju, faleceu hoje aos 74 anos. Pioneira na luta contra a marginalização de mulheres trans e travestis, foi uma das homenageadas na I Semana de Visibilidade Trans de Sergipe. Minha solidariedade à família, amigos/as/ues e a todo o movimento trans Sergipano, que está em luto por uma de nossas matriarcas. Que sua história e avanços sigam inspirando outras mulheres trans a resistirem e avançarem na luta por direitos. Viva Magnólia! Descanse em paz!”, escreveu.