18/10/2021 as 12:20
DENÚNCIAA denúncia é de um vereador da oposição, que caracteriza a ação como uma prática antiga no município de demitir uma grande remessa de servidores próxima ao fim do ano
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Em novembro de 2018, a prefeita de Itabaiana à época, Carminha Mendonça (PSC), assumiu a administração do município quando era a vice, devido a prisão preventiva do então prefeito Valmir de Francisquinho (PR). Com a máquina pública em mãos e com pouco tempo de gestão, logo exonerou quase 250 trabalhadores da prefeitura.
A medida gerou revolta e indignação não só para os servidores contratados e comissionados demitidos, como também para boa parte da população que se sensibilizou com a situação. Tal ação foi repudiada, principalmente, por acontecer bem próxima ao fim do ano, período em que começa a ser realizado o pagamento do 13º salário do funcionalismo público. Eis que três anos após esse fatídico acontecimento, a situação se repete, dessa vez na administração de Adailton Sousa (PL), aliado de Valmir de Francisquinho. “Se demitisse e convocasse os concursados, mas não convocam. Essa prática é conhecida há anos nessa administração”, relatou um internauta, insatisfeito, logo após ficar sabendo da recente exoneração de cerca de 300 funcionários (comissionados e concursados) por parte da Prefeitura de Itabaiana. A informação desse quantitativo de profissionais demitidos pelo prefeito Adailton Sousa foi denunciada pelo vereador da oposição Alex Henrique (MDB), que garantiu ter entrado com um requerimento solicitando informações à prefeitura sobre a lista dos exonerados e os seus respectivos cargos, bem como explicações a respeito de como os trabalhos da gestão estavam sendo realizados, se foram afetados, mas até o fechamento desta reportagem, o parlamentar informou que não recebeu nenhuma resposta.
Para o vereador, essa seria uma prática antiga no município de demitir uma grande remessa de servidores próxima ao fim do ano. “Há quem diga que ele exonera com a promessa de recontratar a partir de fevereiro de 2022. Seria uma manobra para não pagar décimo a esses servidores”, disse Alex, ressaltando que, além de ser final de ano, o momento ainda é mais delicado, em virtude da pandemia da covid-19. Apesar de ainda não ter recebido justificativas por parte da prefeitura sobre as exonerações, o parlamentar acredita que a desculpa será devido ao enxugamento da folha de pagamento. Mas, segundo ele, isso não cola, uma vez que cargos com altos salários seguem intocáveis na atual gestão. “Fica a transparecer que o município não quer enxugar a folha, porque se quisesse mesmo isso, o prefeito começaria demitindo pessoas, como por exemplo, o filho do ex-prefeito Valmir, que ganha R$ 7 mil da Prefeitura de Itabaiana e tem 18 anos de idade com um CC e com todas as gratificações”, observou Alex.
RESPOSTAS
Já para o JORNAL DA CIDADE, o prefeito Adailton Sousa, através da sua assessoria, respondeu que “não foram 300, como maldosamente disse a oposição para atacar a atual gestão, mas sim 125 pessoas. Contudo, 262 concursados, para as mais diversas áreas de atuação no município, foram convocados”. Segundo Adailton, a gestão do ex-prefeito Valmir de Francisquinho teve a iniciativa de fazer o concurso e, de maneira democrática, a gestão atual convocou os aprovados como forma de valorização e reconhecimento às pessoas que dedicaram seu tempo aos estudos. “Foi um recorde na convocação dos concursados, o que significa para eles a estabilidade profissional e financeira, como também para seus familiares. Em Itabaiana assistimos a um fato inédito e lamentável: a oposição, que não tem nada de concreto para criticar, se coloca contra quem foi aprovado no concurso”, critica.
Ao ser questionado sobre como está o andamento das atividades da prefeitura com a exoneração em massa de funcionários, Adailton garante que não afetou em nada. “De forma nenhuma, uma vez que o número de convocados foi mais que o dobro dos comissionados exonerados, o que demonstra o compromisso do Governo de Itabaiana com os que buscaram sua estabilidade por meio do processo seletivo. Ao contrário de gestões anteriores, a exemplo da que foi realizada pela turma que critica sem fundamento. Naquela oportunidade, a líder do vereador em questão exonerou nada menos do que 600 concursados que já estavam trabalhando. Isso é mais uma prova de que a oposição em Itabaiana é contra concursos públicos e contra aqueles que são aprovados neles”, rebate o prefeito.