10/02/2022 as 08:45
AMBIENTEGilvan Dias, explica que a mortandade pode ter sido causada pelo aumento da vazão do Rio São Francisco
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Vídeos denunciando a morte de milhares de caranguejos na região do Baixo São Francisco circularam nas redes sociais na manhã desta quarta-feira, 9. O registro aconteceu no local conhecido como Saramem, próximo ao Povoado Cabeço, no Município de Brejo Grande, em que pescadores e populares se mostram indignados com a tragédia ambiental.
Durante a filmagem é explicado que os caranguejos não estão conseguindo chegar até o mangue e acabam morrendo durante o percurso. Também é afirmado que são mais de três mil caranguejos à deriva e é feita uma denúncia sobre falta de ação dos órgãos responsáveis, citando o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e, também, as colônias de pescadores, que poderiam possibilitar a locomoção dos crustáceos para o seu habitat natural, que é o mangue.
Em um segundo vídeo, uma família de pescadores é filmada resgatando o máximo de caranguejos, dentro de sacolas grandes, na tentativa de transportá-los até o mangue e evitar mais mortes dos animais. Com o ocorrido, o JORNAL DA CIDADE conversou com a bióloga Andréa Beltrão, para entender o fenômeno. “Esse é um fenômeno que acontece todo ano, durante janeiro a março, e, periodicamente, vai acontecer. É a reprodução dos caranguejos, eles saem do manguezal e vão para a praia, às vezes até atravessam a pista. Eles andam muito e ficam nessas poças de água soltando os ovinhos. Isso é super natural. Eu acredito que pela temperatura muito alta que estamos passando, possa ser que a taxa de mortandade seja maior, mas sempre há mortes nessa peregrinação, porque é normal, é um fenômeno natural”, explica.
Já o presidente da Administração Estadual do Meio Ambiente (Adema), Gilvan Dias, explica que a mortandade pode ter sido causada pelo aumento da vazão do Rio São Francisco. “Com o aumento da vazão do rio os caranguejos não conseguem chegar ao mangue e morrem. Eles acabam sendo arrastados para a região de praia das cidades de Brejo Grande e Ilha das Flores. Nós fomos informados sobre as mortes, mas, ao chegar ao local, a nossa equipe não encontrou caranguejos mortos”, afirma.
(*Estagiária sob a supervisão de Nayana Araujo)
|Foto: Divulgação