17/05/2024 as 21:00
EducaçãoOs municípios com maiores taxas de analfabetismo estão localizados no Sertão Sergipano.
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Dados do Censo 2022 divulgados nesta sexta-feira (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que havia 240.415 pessoas que não sabiam ler ou escrever em Sergipe. Esse número considera apenas as pessoas com 15 anos ou mais de idade e se traduz em uma taxa de analfabetismo de 13,81% para o estado. Foram consideradas alfabetizadas as pessoas que sabiam ler e escrever um bilhete simples. Em 2010, o Censo indicava uma taxa de analfabetismo de 18,4%.
No Brasil, 7,00% das pessoas com 15 anos ou mais não eram alfabetizadas em 2022. Considerando as cinco grandes regiões, são mantidos os padrões de desigualdades geográficas observados em Censos anteriores, com taxas de analfabetismo muito elevadas na região Nordeste (14,21% da população) e abaixo de 5% nas regiões Sul (3,45%) e Sudeste (3,92%).
Entre as 27 unidades da federação, as taxas de analfabetismo ficam acima de 15% em quatro estados, todos na região Nordeste. Alagoas tem a pior taxa de analfabetismo do país, com 17,66%, seguido do Piauí (17,23%), da Paraíba (15,96%) e do Maranhão (15,05%). Sergipe tem o terceiro melhor resultado na região Nordeste, com um percentual de pessoas não alfabetizadas (13,81%) um pouco acima do registrado em Pernambuco (13,41%) e na Bahia (12,60%).
Apenas 6 unidades da federação tinham taxas de analfabetismo abaixo de 5%. Na região Sul, todos os estados haviam alcançado esse patamar. Na região Sudeste, São Paulo (3,11%) e Rio de Janeiro (3,28%) eram os dois estados mais bem posicionados. Por fim, na região Centro-Oeste, o Distrito Federal (2,77%) era o único com menos de 5% de pessoas não alfabetizadas. A menor taxa de analfabetismo do país foi registrada em Santa Catarina (2,67%).
Em Sergipe, o analfabetismo era pior entre os homens (15,69%). Para as mulheres, a taxa ficou em 12,14%. Nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste o fenômeno se repete: as taxas de analfabetismo da população masculina são maiores do que as da população feminina. A situação se inverte nas regiões Sudeste e Sul, onde a proporção de homens alfabetizados é maior do que a proporção de mulheres.
Já para os recortes de cor ou raça, as taxas de analfabetismo são menores entre pessoas brancas (12,26%) e maiores entre pessoas pretas (16,02%). Entre pessoas pardas, a taxa de analfabetismo ficou em 13,96%. Juntando os recortes de gênero e os três maiores grupos de cor ou raça, a maior proporção de pessoas não alfabetizadas ocorre entre homens pretos (17,45%), ao passo que a menor proporção aprece entre mulheres brancas (10,90%).
O principal recorte para entender as taxas de analfabetismo, porém, ainda é o recorte etário. Quanto mais avançada a idade, maiores as proporções de pessoas que não sabiam ler ou escrever. Em Sergipe, por exemplo, a considerando apenas as pessoas com idade entre 15 e 19 anos, a taxa de analfabetismo, em 2022, era de somente 2,60%. Já no grupo de pessoas com 80 anos ou mais, a taxa de analfabetismo subia para 46,16%.
No estado, os municípios com maiores taxas de analfabetismo estão localizados no Sertão Sergipano. Gararu (27,67%) e Poço Redondo (26,61%) são os dois municípios com as maiores proporções de pessoas não alfabetizadas em Sergipe. Ao todo, nove municípios sergipanos têm taxas de analfabetismos superiores a 25%. Além de Gararu e Poço Redondo, completam a lista: Riachão do Dantas (26,09%), São Miguel do Aleixo (26,03%), Tomar do Geru (25,97%), Nossa Senhora Aparecida (25,49%), Monte Alegre de Sergipe (25,46%), Itabi (25,29%) e Carira (25,17%).
Em números absolutos, o maior contingente de população não alfabetizada do estado está em Aracaju, com 25.611 pessoas com 15 anos ou mais de idade nessa condição. Apesar disso, a capital tem a menor taxa de analfabetismo de Sergipe, com 5,22%. No agreste sergipano, Lagarto e Itabaiana estão em situação menos favorável. Somados os contingentes de pessoas não alfabetizadas nos dois municípios chega-se a 28.073 pessoas (14.907 em Lagarto, 13.166 em Itabaiana), um montante superior ao observado em Aracaju, que tem uma população 3 vezes maior do que a dos dois maiores municípios do interior do estado. Entre todos os municípios brasileiros com população superior a 100 mil habitantes, Lagarto tem a terceira pior taxa de analfabetismo do Brasil (18,4%) e Itabaiana, a quinta pior taxa (16,0%).
Os municípios com maior proporção de pessoas alfabetizadas estão no Leste Sergipano, sobretudo na região metropolitana (RM) de Aracaju. Além da capital, que detém o melhor indicador de alfabetização, apenas os outros três municípios da RM possuem taxas de analfabetismo abaixo de 10%: Barra dos Coqueiros (6,06%), Nossa Senhora do Socorro (8,17%) e São Cristóvão (8,91%).