21/11/2022 as 08:11
ENTREVISTAEle também comentou a eleição de Fábio Mitidieri para o governo do Estado. Para ele, foi resultado de união do grupo, mas também de muita superação do próprio Fábio
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Para o experiente articulador político André Moura (União), o presidente eleito Luís Inácio Lula da Silva poderá vir a ter o apoio da maioria dos parlamentares eleitos. Isso, claro, dependerá de diálogo com a bancada federal – mas ele ressalta que lula é experiente, foi presidente por duas vezes e conhece o caminho. Ele também comentou a eleição de Fábio Mitidieri para o governo do Estado. Para ele, foi resultado de união do grupo, mas também de muita superação do próprio Fábio. Ele também destacou a gestão de belivaldo chagas, afirmando que ele fez o dever de casa: “cortou gastos e regularizou as finanças públicas”. Confira a seguir a entrevista completa que o Jornal da Cidade realizou com André Moura.
JORNAL DA CIDADE - O que significa a eleição de Yandra Moura, tendo em vista a sua votação e o fato de ser a primeira mulher eleita deputada por Sergipe?
ANDRÉ MOURA – A eleição de Yandra pra mim, como pai, é uma mistura de sentimentos, com o orgulho em ver que ela conseguiu alcançar o objetivo, através de muita coragem e determinação, além do sentimento de um dever cumprido. O fato de ela ter sido eleita a primeira mulher deputada por Sergipe e de ter sido a mais votada da história me deixa feliz, foi a consequência da união, da dedicação e do trabalho de várias pessoas, um sinal de que ela conseguiu transmitir com clareza sua mensagem para os sergipanos e sergipanas, que abraçaram e entenderam o projeto dela.
JC – Para alguns, a eleição de Yandra consolida o nome de Moura como o maior articulador político de Sergipe. Como o senhor avalia esse “título”?
AM – Acredito que o resultado é uma conquista de grupo, de várias pessoas que se engajaram nesse projeto que, mesmo sabendo que eu não seria mais o candidato mantiveram a confiança que sempre depositaram em mim, e tenho a certeza que também foi a gratidão e reconhecimento dos sergipanos e sergipanas pelo trabalho que nós fizemos por Sergipe, e que tenho a certeza que Yandra também fará. Toda essa confiança aumenta, ainda mais, a nossa responsabilidade e o trabalho que tenho desempenhado por Sergipe. Então, para mim é isso, a eleição de Yandra me traz muita felicidade e a sensação de dever cumprido. Quanto a ser o maior articulador de Sergipe, o resultado só foi possível porque tive o apoio de muitas mãos que seguraram nas minhas e nas de Yandra.
JC – Muitos políticos reivindicam papel importante na virada de Fábio Mitidieri no segundo turno. Como foi a sua atuação durante o segundo turno, qual foi a sua contribuição?
AM – Depois do resultado do primeiro turno nas eleições eu tinha assumido um compromisso com a minha família de tirar uns poucos dias para descansar. Passamos por uma campanha muito intensa e com um ritmo muito diferente de vários outros candidatos. No entanto, recebi o convite do governador eleito Fábio Mitidieri para que assumisse a coordenação de sua campanha no segundo turno ao lado do seu pai Luiz Mitidieri. Eu aceitei o convite por acreditar que esse é o melhor projeto para Sergipe e dediquei todo o meu tempo e as minhas forças para contribuir com sua eleição. A virada foi resultado do trabalho de todos que fazem parte desse agrupamento, da capital ao interior, do maior ao menor município, que abraçaram a campanha e também depositaram todas suas energias para dar o resultado que alcançamos. A vitória de Fábio veio da união e da entrega de todos, mas, principalmente, a vitória de Fábio foi uma vitória da superação do próprio Fábio, que mostrou ser grande e que foi, sem sombra de dúvidas, o maior responsável pela sua própria vitória.
JC – O senhor também participou da articulação para a eleição do novo presidente da Câmara de Aracaju. Qual foi o seu papel e como o senhor avalia o resultado dela? Foi uma derrota política para o prefeito?
AM – Depois das eleições estaduais, fui procurado pelos vereadores de Aracaju que também trabalharam em favor da eleição de Fábio no sentido de que encontrássemos a unidade para a definição da Mesa Diretora da Câmara. E esse foi o meu papel, de conversar e ajudar a encontrar a melhor solução. A eleição da Mesa mostrou a grandeza dos vereadores que buscaram o diálogo e que não permitiram que tivesse embate em torno da eleição. Foi a eleição do diálogo e do bom senso. Só tiveram vencedores, os vereadores, o prefeito Edvaldo Nogueira e, principalmente, o povo de Aracaju que vai encontrar uma Câmara sensata e que vai se posicionar como deve ser, com altivez e independência que todo Poder Legislativo deve ter na hora de definir aquilo que é melhor para o futuro de Aracaju. Na oportunidade, parabenizo o atual presidente Nitinho, o presidente eleito Ricardo Vasconcelos e os demais vereadores pelo diálogo aberto que tiveram, o prefeito Edvaldo Nogueira e o governador eleito Fábio Mitidieri, que também ajudaram neste processo. Enfim, não tiveram vencidos, só vencedores.
JC – Como o senhor avalia a gestão de Belivaldo Chagas? Qual foi o maior acerto dele e o que ficou faltando?
AM – Eu avalio como uma gestão exitosa, que representa muitas conquistas para o povo sergipano. Belivaldo recebeu um governo com graves problemas financeiros e administrativos e que, apesar de todas as dificuldades, o governador conseguiu sanear as contas públicas, regularizar o salário dos servidores, com o pagamento da folha em dia, do 13º salário no mês do aniversário do servidor, fez um dos maiores trabalhos de recuperação das rodovias estaduais. É importante destacar ainda a melhoria nos índices da saúde, da educação e da agricultura, assim como da segurança pública que hoje vive uma nova realidade. Graças ao trabalho de uma gestão que fez o dever de casa, cortou gastos e regularizou as finanças públicas, Sergipe tem hoje a segunda menor dívida dentre os estados do Nordeste.
JC – Qual será o maior desafio para o novo governador de Sergipe? O que ele precisará para fazer uma boa gestão?
AM – Acredito que o maior desafio para qualquer novo governante será lidar com a falta de emprego. Durante a campanha Fábio assumiu o compromisso de que a geração de emprego, o combate à pobreza e a garantia da comida na mesa do sergipano serão prioridades. Para isso, ele precisará formar parcerias com a iniciativa privada, melhorar a qualidade da saúde ofertada aos sergipanos, oferecer uma educação que prepare as novas gerações para os desafios do futuro, oferecer cursos de capacitação e incluir os jovens no mercado de trabalho, continuar o trabalho de fortalecimento da agricultura, ampliando os programas e investimentos. Enfim, serão muitos os desafios, mas creio que Fábio está preparado para enfrentá-los.
JC – Qual a sua expectativa em relação à chegada de recursos federais a Sergipe na gestão de Fábio? Ele terá dificuldades com o governo Lula?
AM – Não acredito que terá dificuldades. Fábio tem em Sergipe o apoio de dois senadores e seis deputados federais eleitos. Além de um histórico, enquanto deputado federal, de uma relação próxima com o PT. O seu partido (PSD) tem conversas bem avançadas com o presidente eleito, Lula. Esse entendimento deverá aproximar o partido de Fábio com o governo, então acredito que todos esses fatores, além dos bons projetos que Fábio irá apresentar em Brasília, onde ele já conhece os caminhos para a liberação. Tudo isso irá garantir a chegada de recursos para Sergipe.
JC – Como articulador político, como o senhor avalia o cenário da próxima eleição municipal em Aracaju? Quais grupos terão maior potencial eleitoral?
AM – Ainda está cedo para falar sobre sucessão municipal. Nós mal acabamos uma eleição, estamos agora em um período de transição tanto no governo federal quanto no governo estadual. Mas entendo que o grupo liderado pelo governador eleito Fábio Mitidieri tem, sem sombra de dúvidas, o maior potencial desse processo que vai ser iniciado em todo Sergipe. O grupo do governador Fábio elegeu o senador, elegeu a maioria dos deputados estaduais e federais, tem a maior base na Câmara de Vereadores e a própria votação dele em Aracaju mostra isso, que foi fruto da união desse grupo, fruto do trabalho do prefeito Edvaldo Nogueira com os vereadores e das lideranças dos bairros de Aracaju. Essa análise mostra, portanto, que o maior potencial é desse grupo liderado pelo governador eleito Fábio. Lógico que não podemos menosprezar a força das oposições.
JC – O União Brasil irá apoiar o presidente eleito Lula? A deputada Yandra Moura já avaliou qual será o seu posicionamento? Seguirá o partido?
AM – A Executiva Nacional do União Brasil está dialogando com o presidente eleito na construção de um entendimento. Independente disso, a deputada eleita Yandra já declarou que seu posicionamento no Congresso dependerá de cada matéria. Votará sim, quando for favorável para os sergipanos e brasileiros, e votará contra, justificando, sempre que julgar a matéria como prejudicial a Sergipe e ao Brasil. Naquilo que for importante pra Sergipe e para o Brasil, o presidente Lula, tenho certeza, poderá contar com a deputada Yandra.
JC – Como ficará o posicionamento da bancada de deputados e senadores de Sergipe em relação ao governo federal? Lula terá o apoio da maioria?
AM – Eu não posso falar pelos parlamentares, pelas deputadas e deputados eleitos por Sergipe. Mas o presidente Lula é habilidoso e já demonstrou ser um homem de diálogo. Já foi presidente do Brasil por duas vezes, foi eleito pela terceira vez, conhece os caminhos e tem facilidade de dialogar com os parlamentares. Então, creio que em Sergipe o presidente poderá vir a ter o apoio da maioria dos parlamentares eleitos, que dependerá desse diálogo que ele terá com a bancada federal.