08/03/2019 as 07:46

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EDITORIAL: Basta de violência!

Os casos de feminicídio, de extrema violência contra as mulheres, acontecem todos os dias no país

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A sexta-feira, 8 de março, Dia Internacional da Mulher, está sendo lembrado em Sergipe com várias atividades, a maioria atos de protestos comandados por movimentos sindicais, partidos políticos e ONGs. As manifestações são direcionadas às autoridades e pedem mais proteção às mulheres.


Os casos de feminicídio, de extrema violência contra as mulheres, acontecem todos os dias no país. No Carnaval, no interior de São Paulo, na cidade de Borborema, uma mulher de 29 anos foi morta por estrangulamento pelo próprio namorado.


O crime ocorreu na madrugada de terça-feira, 5. Na mesma madrugada, uma mulher de 35 anos morreu durante um parto de emergência, após ser espancada pelo marido em Barra Mansa, no Sul do estado do Rio de Janeiro.


Em Dores do Rio Preto, no Sul do Espírito Santo, uma mulher de 36 anos foi espancada na madrugada da segunda-feira (4), e encontrada pela família em uma rodovia com o rosto desfigurado após uma surra, cujo principal suspeito é o marido.


No ano passado, 53 assassinatos de mulheres foram classificados como feminicídio, mais do que o dobro registrado em 2017: 24 casos. Foram 7.036 tentativas de feminicídio em 2018 – 2,5 vezes a mais do que no ano anterior: 2.749.


Não há muito o que comemorar. As leis de proteção às mulheres ainda são insuficientes para estancar essas estatísticas assustadoras.


É preciso que se amplie as políticas públicas de proteção à mulher e, especialmente, a conscientização. Uma em cada cinco mulheres já sofreu violência dentro de casa e em 80% desses casos os agressores são namorados e maridos.


As estatísticas de feminicídio têm que ser estancadas. A Lei Maria da Penha, sozinha, é incapaz de mudar esse quadro. Além de coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, é preciso prevenir, punir e erradicar a violência, aprimorando o Código Penal e agravando a punição.


É preciso uma basta na violência contra as mulheres.