01/10/2018 as 07:50

Descaso

Patrimônio cultural segue abandonado em Aracaju

Antiga Leste está em estado crítico de conservação e prestes a desabar

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Patrimônio cultural segue abandonado em Aracaju

Mesmo sendo reconhecida como Patrimônio Cultural pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o complexo da Ferrovia Centro Atlântica (FCA) – antiga Leste –, vive no abandono. O local está desmoronando, entregue ao uso dos vândalos, profissionais do sexo e usuários de drogas que fazem do local sanitário, esconderijo e ponto de uso de drogas. Pelo dia, o local conta com um segurança. À noite, o espaço fica sem vigilância.

O local, que foi instrumento para o transporte do progresso do Estado sobre os trilhos da estrada de ferro, hoje retrata o abandono. A começar pela estrutura física. Há muitos anos os vagões com cargas comerciais deixaram de circular. Com a desativação da linha férrea, o local ficou sem uso, servindo de refúgio para marginais.

Com a privatização das ferrovias no Brasil, o Iphan realizou, em 2013, um inventário de conhecimento do patrimônio cultural ferroviário, catalogando mais de seis mil edifícios no país. Em Sergipe, três bens foram reconhecidos como bens de valor cultural: o Pátio Ferroviário de Aracaju, a Estação Ferroviária de Boquim e a Estação Ferroviária de Propriá.

O patrimônio ferroviário tombado pelo Iphan abrange a área do Pátio Ferroviário, onde estão a rotunda, os galpões (carpintaria, torneiros, ferraria, recuperação e ferramentas), a caixa d’água e a Estação Ferroviária. Durante as décadas de 1930 a 1970, a Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) serviu como grande escoador da economia sergipana, além de ser utilizada como meio para o turismo do Estado. 

Em Sergipe, o sistema ferroviário começou a ser implantado em 1913 e o objetivo era prolongar o ramal de Timbó (atual cidade de Esplanada/BA), na linha que ligaria a Estação de São Francisco em Alagoinhas (BA) a Sergipe. Com o passar do tempo, o trem deixou de fazer o transporte de passageiros para somente cargas. A antiga estação funcionava próxima ao antigo cais do porto (nas imediações do atual mercado municipal). 

Praça dos Expedicionários
Segundo informações do site do Iphan, a Praça dos Expedicionários, localizada no Bairro Getúlio Vargas, é um dos locais brasileiros criados para homenagear os homens e mulheres que, durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), integraram uma força militar que representou o Brasil no apoio aos países aliados que lutavam na Europa. O grupo ficou conhecido como Força Expedicionária Brasileira (FEB). A praça faz parte do entorno do Complexo Ferroviário de Aracaju e estabelece um importante diálogo com a sede da Estação Ferroviária, que se alinha tanto ao pórtico quanto ao obelisco central da praça.