19/10/2021 as 10:18

FILME

Gravações de filme em Poço Redondo chegam ao ‘the end’

No futuro longa-metragem de intensos 110 minutos, o desenrolar de batalhas entre cangaceiros

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Gravações de filme em Poço Redondo chegam ao ‘the end’

Na proximidade de completar três anos de andanças, figurinos, gravações, esforços, viagens e regravações, os mais de 200 envolvidos na produção do longa-metragem “Zé da Cupira – O Cangaceiro”, com direção de Antônio Alberto Patriota, mais conhecido por “Beto Patriota”, preparam-se para os retoques derradeiros do “the end”, num misto de gratidão, orgulho e renovação de empenhos para a fase de edição do filme. Com previsão de ser lançado em agosto ou setembro do próximo ano, o próximo desafio é arrecadar recursos e firmar parcerias para a edição das mais de 45 horas de gravação. “Faremos a última gravação em Piranhas (AL), na região Entre Montes, à beira do rio, uma faixa colonial linda e quem tudo a ver com o nosso filme, que se passa nos anos de 1925 e 1930. Só falta esse final de cena, uns retoques finais e estaremos com 100% de conclusão desse filme que foi feito em coletivo, com ajuda de todos os envolvidos, somando esforços de amigos parceiros, atores e conhecidos que apostam e confiam nesse projeto que vai ganhar o Brasil, pois é algo diferente e muito bem feito. Nas últimas gravações, conseguimos nos organizar melhor e passamos o dia inteiro na caatinga gravando e foi maravilhoso.

Agora, é correr atrás de parcerias para a edição, um trabalho minucioso, masque a gente já tem buscado diálogo com um profissional daqui mesmo de Sergipe”, falou Beto Patriota. Autor do texto do filme “Zé da Cupira – O Cangaceiro”, Beto Patriota destaca que a história é fictícia, mas com nomes reais das pessoas que vivem no município de Poço Redondo, num resgate e reconhecimento histórico da cidade. “Zé da Cupira, por exemplo, foi um dos primeiros moradores de Poço Redondo, foi alguém que faz parte da história da cidade. E após muitas conversas e convite, chegamos a um número de pessoas que se dedicam ao trabalho de maneira solidária mesmo, independente, compartilhando o que temos, somando muita vontade de mostrar o nosso Nordeste, a nossa cultura em um filme produzido no Sertão de Sergipe, representando tanto outros sertões e mostrando que Poço Redondo é terra de cinema sim! Começamos as gravações em outubro de 2019 e a ideia é finalizar nos próximos meses para dar início à edição em junho”, disse Beto Patriota.

Com a maioria dos integrantes de Poço Redondo, o diretor ressalta a facilidade da linguagem e atuação do ser nordestino, além da importância do legado que a produção cinematográfica deixará para a comunidade. “É um marco e um grande legado para todos nós a realização desse filme, até o momento custeado por cada um e amigos empresários que chegaram junto. Temos o apoio e ajuda de gente de fora também, que vão também chegar junto quando da distribuição desse filme que tem o talento do nordestino. A gente tem a nossa linguagem e ela está genuinamente impressa em cada fala do elenco que tem surpreendido e também revelado grandes talentos. Então, o que ficará é um grande documento histórico nosso e isso já valeu muito a pena”, declarou.

O FILME
No futuro longa-metragem de intensos 110 minutos, o desenrolar de batalhas entre cangaceiros numa rivalidade histórica no ambiente marcado pela hostilidade enfrentada de peito aberto, coragem em riste e criatividade na sobrevivência. “Zé Cupira - O Cangaceiro de Poço Redondo, retrata a briga de dois grupos, mostrando a história do coronelismo, do homem do campo, da religiosidade popular e crenças. Tudo isso com muita demaneira leve, suave e divertida, como é o nosso povo, em verdade. É um filme nordestino feito por nordestinos, o que torna ainda mais próximo e real da nossa identidade. É um filme para o Nordeste se orgulhar, em breve”, afirmou.

DESAFIO
“Esse é o meu primeiro filme, que escrevo e dirijo. Temos um roteiro de quase 50 páginas já pronto e o grande desafio mesmo é a questão do patrocínio. Os recursos são pouco e próprios até o momento. Acredito que já gastamos cerca de R$ 18 mil, e a qualidade do material, desde o figurino e gravação em alta definição, é muito boa mesmo. Porque, como já disse, é soma. Um emprestou um drone e a gente vai colocar o nome da empresa dele; outro ofereceu a maquiagem e assim fomos. Mas, vem a parte da edição, que é um custo significativo, e aí estamos na busca por parceria. Penso que com R$ 30 mil conseguiríamos finalizar com sucesso esse filme e fazer ele ganhar o mundo”, disse Beto Patriota.

|Por Gilmara Costa
|Foto: Divulgação