27/09/2022 as 10:15

VIDAS

Após 10 anos, Sergipe volta a fazer transplante renal

Os transplantes serão feitos com doadores vivos e membros das famílias, segundo informou o coordenador da Central de Transplantes de Órgão e Tecidos

COMPARTILHE ESTA NOTÍCIA

Após 10 anos, Sergipe volta a fazer transplante renal

O dia seis de outubro de 2022 ficará cravado na história da saúde pública de Sergipe. Neste dia, o transplante renal voltará a ser realizado no Estado, após 10 anos desde o último procedimento. E será em uma unidade-escola, o Hospital Universitário de Aracaju.

O paciente, um homem de 55 anos, residente na capital sergipana, submetido à diálise três vezes por semana. Em 2002 foi detectado com Glomerulonefrite, doença que provoca a inflamação do glomérulo, região do rim responsável pela filtragem do sangue e a formação da urina.

No dia seguinte, sete de outubro, o Hospital Universitário de Aracaju realizará mais um transplante renal. Desta vez, para melhorar a qualidade de vida de um paciente de 59 anos, aposentado, também morador da capital, submetido à diálise peritoneal, procedimento indicado para pacientes que apresentam quadros de insuficiência renal aguda ou crônica.

Os transplantes serão feitos com doadores vivos e membros das famílias, segundo informou o coordenador da Central de Transplantes de Órgão e Tecidos, Benito Fernandez, acrescentando que Sergipe tem hoje cerca de 1.500 pessoas fazendo alguma modalidade de diálise, sendo que pelo menos metade delas precisa do transplante renal.

Fernandez enfatizou que o Hospital Universitário irá iniciar o cadastramento de doadores para o transplante renal e acrescentou que a Secretaria de Estado da Saúde aguarda a vistoria do Hospital de Cirurgia pelo Ministério da Saúde para que a unidade passe a realizar transplantes de rim e de fígado.

Córnea
Benito Fernandes faz um apelo ao povo sergipano para a doação e córneas. Segundo ele, 310 pessoas estão na fila, aguardando por um transplante de córnea. “O tempo de espera é, em média, de dois anos e meio, muito longa para adolescentes e jovens que precisam estudar, ou mesmo para um idoso que precisa enxergar bem para continuar com suas atividades diárias.

“Enterramos córneas toda hora, que se perdem na decomposição do corpo. Precisamos sentir empatia por quem precisa do transplante, porque hoje é um desconhecido que necessita, mas amanhã pode ser nós mesmos ou alguém que amamos muito. Portanto, sejamos solidários e irmanados, ajudando-nos uns aos outros”, conclamou.
Neste dia 27, se comemora o Dia Nacional de Doação de Órgãos. A data foi criada por lei em 2007 para realizar campanhas de estímulo à doação. Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil tem o maior programa público de transplante de órgãos de tecidos e de células do mundo, onde pacientes recebem assistência integral gratuita, incluindo exames pré-operatórios, cirurgias, acompanhamento e medicamentos pós transplante pela rede pública.