Governo e operadora do Terminal Marítimo debatem setor portuário e energético

Na manhã desta quinta-feira, 30, gestores da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (Sedetec) receberam diretores da VLI, operadora do Terminal Marítimo Inácio Barbosa (TMIB). Durante o encontro, os representantes da empresa apresentaram o andamento da consultoria contratada para o fomento das atividades portuárias em Sergipe. A reunião também contou com a presença de gestores da Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de Sergipe (Agrese), reforçando a articulação entre setor público e privado para o desenvolvimento do Estado.

O secretário-executivo da Sedetec, Marcelo Menezes, destacou que a gestão estadual acompanha de perto as ações e atua pelo desenvolvimento do setor. “Seguimos trabalhando para garantir o avanço do Sergipe Águas Profundas (Seap) e atrair investimentos ao redor do descomissionamento. Tivemos conversas recentes com a Petrobras e outras empresas, e o cenário é positivo. O governador já enviou ofício e estamos mobilizando a bancada federal para assegurar que o projeto permaneça no planejamento estratégico da companhia. A expectativa é de decisão de investimento no primeiro trimestre de 2026, e Sergipe está se preparando para aproveitar essas oportunidades”, pontuou Menezes.

O CEO e consultor da Destri Energy, Mauro Destri, que presta consultoria à VLI, destacou que o principal objetivo da ação é posicionar o TMIB no setor nacional de óleo e gás, com a chegada do Seap. O intuito, segundo ele, é tornar o terminal uma referência para os principais agentes do Brasil que participarão da licitação, desde a empresa licitante até todas as companhias envolvidas no entorno.

“Quando falo em posicionar o TMIB nesse setor, estamos focados em duas grandes oportunidades. A primeira é o comissionamento, ou seja, a chegada do Seap, com a possibilidade de o TMIB, junto à empresa vencedora, aproveitar toda a estrutura já existente. A segunda, que considero a principal, é a participação ativa do TMIB no processo de descomissionamento das 26 plataformas instaladas em Sergipe, cuja licitação deverá ocorrer em breve com a Petrobras. A capacidade já existente e a possibilidade de expansão do TMIB representam um diferencial significativo, trazendo benefícios tanto para o terminal quanto para o Governo do Estado, com geração de tributos, renda, empregos e fortalecimento da economia local”, afirmou Destri.

O gerente comercial da VLI, Jardel Bentes, ressaltou a importância da parceria para o fortalecimento do setor portuário e energético do estado. “Para nós, da VLI, é uma grande satisfação fortalecer essa relação com o Governo de Sergipe e com o TMIB, contribuindo para o desenvolvimento do estado. Acreditamos que a localização estratégica do terminal é um diferencial importante para apoiar as novas atividades que surgem com a transformação do mercado de óleo e gás e do setor offshore. Estamos confiantes de que essa aproximação trará resultados positivos não apenas para o TMIB e para a VLI, mas também para toda a cadeia produtiva e a comunidade que atua nesse segmento”, pontuou Bentes.

Investimentos

O Seap representa o futuro do setor energético brasileiro, com operação localizada na Bacia Sergipe-Alagoas. O projeto avançou recentemente com o recebimento, pela Petrobras, das propostas para a contratação das plataformas FPSO que operarão na produção de petróleo e gás na costa sergipana. Três empresas apresentaram candidaturas, e a melhor oferta foi feita pela companhia holandesa SBM Offshore.

Já o descomissionamento refere-se à retirada das 26 plataformas offshore em Sergipe, envolvendo a desmontagem e remoção das instalações, a destinação correta dos materiais e a recuperação ambiental das áreas após o encerramento das operações. O investimento total estimado é de US$ 1,7 bilhão até 2029, por meio do Programa de Descomissionamento de Instalações da Petrobras, que integra o Plano Estratégico e de Negócios da estatal para 2025–2029. A Bacia de Sergipe-Alagoas se destaca como a segunda maior em volume de investimentos para descomissionamento no país, ficando atrás apenas da Bacia de Campos (RJ).