15/11/2025 as 11:17

NOSSA SENHORA DE LOURDES

Gestão mal avaliada e denúncia de assédio abalam prefeitura

Município aparece em último lugar no ranking estadual de governança do CFA enquanto prefeito é acusado por moradora de assediar seu filho adolescente durante festa

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Gestão mal avaliada e denúncia de assédio abalam prefeitura

A semana foi turbulenta em Nossa Senhora de Lourdes, no Alto Sertão sergipano. Em meio à repercussão negativa do relatório do Conselho Federal de Administração (CFA), que colocou o município na última posição do estado em governança pública, o prefeito Dr. Saulo Galeguinho (PT) também passou a enfrentar uma grave acusação feita por uma moradora, que o acusa de ter assediado seu filho adolescente durante uma festa. As duas situações incendiaram o clima político local e abriram espaço para uma série de cobranças na Câmara Municipal.

No plenário, o vereador Admir Silveira utilizou a tribuna para apresentar a avaliação do Diagnóstico Brasil IGM-CFA 2025, que analisa a qualidade da gestão municipal em três dimensões: Finanças, Gestão e Desempenho. Segundo o levantamento, Nossa Senhora de Lourdes recebeu nota geral de 3,25 e registrou pontuação zero em Finanças. Detalhe: o pior resultado entre os 75 municípios sergipanos. Para o parlamentar, os números refletem falhas estruturais no comando da administração local. “Ele é muito centralizador, e isso foi reflexo dessa forma dele trabalhar. Já vai para o quarto secretário de transporte, e não tem jeito porque ele fica querendo que faça só do jeito dele, sendo que está dando errado. Ele não aceita a opinião de ninguém e várias pessoas que estão trabalhando só estão porque estão sendo beneficiadas, mas a forma que ele trata ninguém aceita, ninguém gosta nos bastidores e ninguém vai falar nada a ele porque fica com medo dele exonerar”, afirmou Admir.

Admir também ampliou as críticas ao denunciar o que considera excesso de terceirização e favorecimento dentro da prefeitura. “Ele terceirizou a prefeitura toda. Hoje só tem um comércio dentro de Lourdes que é beneficiado pela prefeitura, o resto é tudo de fora. A prefeitura está na mão dos outros. Botou secretários que são da família dele, porque hoje mesmo só de secretário da família dele tem oito”, disse o vereador. O relatório do CFA aponta ainda que o município recebeu nota 5,50 no pilar Desempenho — que mede as entregas à população — e 4,24 em Gestão. O parlamentar também elencou atrasos no pagamento de auxílio-aluguel, cortes no auxílio estudantil, ausência de obras, falhas no transporte e questionamentos sobre contratos de máquinas, mídias e assessorias. Em tom duro, cobrou mudanças imediatas no comando do município. “Eu acredito que já está na hora do senhor colocar os seus pés no chão e ver que o senhor está envergonhando o município da gente. Isso é uma vergonha, o pior índice de governança do estado de Sergipe no município de Lourdes, e será que isso aí é inteligência artificial ou são as forças ocultas?”, disparou.

Enquanto as críticas à governança ganhavam força, a cidade foi sacudida por uma segunda polêmica. Em vídeo amplamente compartilhado nas redes sociais, uma moradora acusou o prefeito Saulo Galeguinho de ter assediado seu filho, menor de idade, durante uma festa. A gravação rapidamente se espalhou pela população e ampliou a pressão sobre o gestor. “O meu filho foi pra mesma casa onde o prefeito estava. Chegando lá, ele tirou liberdade com o meu filho. Meu filho não gostou. Por meu filho não ter gostado, falou que não gostou, e ele começou a tratá-lo com indiferença. Quando meu filho chegou da festa, me relatou isso. Isso é sério, isso é crime. Meu filho é de menor, isso é pedofilia. Eu cheguei para o prefeito e falei que queria conversar com ele porque meu filho tinha me contado e eu não tinha gostado”, diz a mulher no vídeo. Diante da gravidade das acusações e da repercussão política, a Reportagem do JORNAL DA CIDADE buscou contato com a assessoria da Prefeitura de Nossa Senhora de Lourdes para que o gestor se posicionasse sobre os fatos. Até o fechamento desta edição, não houve resposta.