Fiat Toro ultra: quase um "sedã com caçamba"

No Big Brother Brasil 20, um dos poucos programas que ainda estão passando na TV nessa pandemia de coronavírus, um dos participantes, o Babu, ganhou uma Fiat Toro Ultra da própria fabricante. E, por coincidência, um dos test-drives que tínhamos para escrever foi justamente sobre a… Fiat Toro Ultra! Então anteciparemos aqui para os nossos leitores o que o Babu terá na garagem de casa. De antemão, dá para dizer uma coisa: ele terá mais de um tipo de veículo em um mesmo carro. Quando a Fiat lançou a Toro, apostou num conceito de carro que ela mesma definiu como “Sport Utility Pickup” (SUP). Em outras palavras, era uma picape mais próxima de um SUV. E nessa versão Ultra dá para dizer que a Fiat alcançou bastante o que buscava.

Apesar de ter mais analogia a um utilitário esportivo pelas dimensões e pelo porte, me lembrei bastante das “picapes com porta-malas” que já apareceram, a exemplo da Avalanche, vendida pela Chevrolet nos Estados Unidos, ou mesmo das variações que a Souza Ramos fez em cima da velha Ford F-1000 lá nos anos 80. Estas picapes visavam abocanhar o público dos sedãs, e essa versão da Toro tem essa possibilidade. Com uma capota rígida que transforma a caçamba em porta-malas, o sistema tem acionamento elétrico, e na versão testada ainda veio com uma prática “bolsa” na parte interna da caçamba, útil para levar as compras do supermercado, por exemplo.

O “porta-malas” combinou com o estilo do carro, completado pelo santantônio estilizado, pelas rodas aro 18 com acabamento diferenciado, pelos retrovisores em preto brilhante e pelo “over- -bumper” (um quebra-mato integrado ao para- -choque) que a picape recebeu na dianteira na linha 2020. Aliás, a prova de que o estilo da Toro ainda é atual vem justamente da nova Fiat Strada estar tão parecida com ela (e também de visar o público de outros segmentos).

UM “SEDÔ TAMBÉM POR DENTRO Se por fora a Ultra ganhou algo de sedã, por dentro motorista e passageiros também se sentem em um, com direito a acabamento diferenciado na versão, com bancos em couro com o nome “Ultra” bordado e uma placa com o nome no console. Apesar do acesso à cabine ser um pouco complicado para motoristas mais corpulentos, uma vez lá dentro o condutor se sente confortável, com destaque para o banco com ajuste elétrico, que também traz bom apoio nas curvas. A turma de trás vai bem, com comodidade para dois passageiros (um terceiro já se aperta um pouco). Bem-servida de equipamentos, ela tem chave presencial, sensores de chuva e crepuscular, apoio de braço no banco traseiro, ar-condicionado digital de duas zonas, airbag duplo, controles de tração e estabilidade, controle de rampa e de subida, devendo apenas na ausência dos airbags laterais e de cortina.

O painel conta com um mostrador colorido que agrega várias funções (incluindo monitor de pressão dos pneus) e a central multimídia é bem completa, com direito a pareamento com Android Auto e Apple CarPlay e navegação integrada. O MELHOR DE DOIS MUNDOS O conjunto motriz da Toro Ultra é o mesmo das versões mais caras, composto pelo 2.0 16v turbodiesel, que rende 170 cv de potência a 3.750 rpm e 35,7 kgfm de torque a 1.750 rpm, conjugado à transmissão automática de nove velocidades e com tração 4×4. O conjunto mostra bastante força, evidenciada em arrancadas e – principalmente – retomadas, sem penalizar no consumo (durante o teste rodamos por volta de 200 km e foi consumido cerca de 1/4 do tanque).